Eleições em Portugal: centro-direita vence, mas não consegue maioria no Parlamento

A coalizão de centro-direita Aliança Democrática (AD), liderada pelo Partido Social-Democrata, venceu as eleições de Portugal neste domingo (18), mas não conseguiu maioria no Parlamento. Pela segunda vez, o grupo tomará posse como um governo sem apoio da ampla maioria dos parlamentares.

A Aliança Democrática, com o primeiro-ministro Luís Montenegro à frente, teve entre 32,7% dos votos, seguido pelo Partido Socialista, com 23,4%, e pelo partido de extrema direita Chega, com 22,6%. A abstenção chegou a 35,62%.

Em números absolutos, a coalizão conquistou 89 cadeiras de um total de 230 no Parlamento, longe da maioria absoluta de 116 deputados. Já as outras duas legendas receberam o mesmo número de cadeiras: 58 deputados.

A convocação de uma nova eleição foi decidida em março, em meio a suspeitas de conflito de interesses em relação às atividades de uma empresa de consultoria registrada na casa de Luís Montenegro e em nome de seus filhos. “Ninguém nunca foi tão transparente como eu”, disse o primeiro-ministro em seu último comício, em resposta ao líder da oposição socialista Pedro Nuno Santos, que o acusou de “misturar política e negócios” ao receber dinheiro de empresas privadas após tomar posse.

Outro resultados importante da eleição é o crescimento do partido de extrema direita Chega, que deve com isso consolidar sua posição como terceira maior força política do país. O partido saiu de 50 para 58 deputados.

Pedro Pinto, liderança do Chega, disse à imprensa portuguesa que o resultado é histórico e acaba com o bipartidarismo no país. “O Chega quebrou definitivamente o bipartidarismo em Portugal e assume-se como a grande alternativa de governo em Portugal.”

Como é o sistema eleitoral português?

As eleições em Portugal são diferentes do pleito no Brasil. O país europeu vive sob um regime semipresidencialista, formado por um presidente e por um primeiro-ministro. O sistema de votação também é diferente: os portugueses votam em partidos, e não em candidatos. Aquele que obtiver o maior número de votos ganha o controle do Legislativo se também conquistar um número mínimo de cadeiras.

Em pouco mais de três anos, os portugueses foram às urnas pela terceira vez. Nas eleições legislativas de 2024, a coligação de centro-direita Aliança Democrática saiu vitoriosa por uma margem estreita, conquistando 79 dos 230 assentos no Parlamento, insuficientes para alcançar a maioria absoluta. 

Em março deste ano, o primeiro-ministro Luís Montenegro enfrentou uma derrota no Parlamento: a moção de confiança –  instrumento utilizado para medir se o governo tem apoio parlamentar – apresentada pelo governo foi rejeitada por 142 votos contra 88, sinalizando a falta de apoio parlamentar. 

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