
Em assembleia realizada nesta terça-feira (20), os professores e demais trabalhadores da educação da rede municipal de Feira de Santana decidiram manter o indicativo de greve. A reunião, considerada bastante participativa pela direção da APLB Sindicato, discutiu os principais pontos de insatisfação da categoria com a gestão municipal, incluindo o reajuste salarial proposto, o pagamento de dívidas reconhecidas judicialmente e o enquadramento funcional dos profissionais.
Em entrevista ao Acorda Cidade, a presidente da APLB, Marlede Oliveira, informou que o principal motivo da manutenção do indicativo de greve é a divergência em relação ao reajuste salarial oferecido pela prefeitura.
“O governo anunciou um reajuste de 5,53%, mas o piso nacional do magistério, garantido pela Lei 11.738, é de 6,27%, retroativo a janeiro. Esse valor menor não será aceito pela categoria”, afirmou.
Outro ponto de conflito diz respeito ao pagamento de salários cortados em 2020. A Justiça já determinou que o município deve pagar os valores devidos, calculados em cerca de R$ 44 milhões. No entanto, a gestão anunciou que vai destinar apenas R$ 20 milhões para esse fim.
“Queremos entender essa conta. O governo reconheceu a dívida porque o juiz mandou, mas pretende pagar menos da metade. Vamos cobrar o valor integral, com juros e correção monetária”, reforçou Marlede.
A categoria também cobra o cumprimento de decisões judiciais referentes ao enquadramento funcional de 590 professores. A decisão, que inclui multa de R$ 10 mil por dia em caso de descumprimento, foi proferida ainda em 2024, mas a prefeitura só iniciou o cumprimento agora, de forma gradativa, com previsão de conclusão até novembro. A APLB defende a execução integral e imediata da medida.
Apesar dos anúncios feitos pela prefeitura e pelo secretário de Educação, Pablo Roberto, sobre benefícios e avanços, os profissionais alegam que questões estruturais continuam sem resposta, como a reformulação do plano de carreira da categoria.

“O plano de carreira dos professores de Feira está desatualizado. Ganhamos na Justiça os reajustes referentes aos anos de 2022, 2023 e 2024, mas o governo ainda não cumpriu”, disse a dirigente sindical.
A próxima assembleia da categoria está marcada para a próxima segunda-feira (26), às 14h. Já na sexta-feira (23), uma audiência está agendada com o secretário Pablo Roberto, às 10h, na sede da Secretaria Municipal de Educação. A categoria promete participar em peso para discutir as propostas do governo.
“Estamos com indicativo de greve, o que significa que podemos parar se não houver avanços reais nas negociações. A mobilização dos trabalhadores em educação será fundamental nesse processo”, finalizou Marlede.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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