
*Artigo escrito por Gabriela Mayrink e Mariana Negreiros, doutoras em Cirurgia Bucomaxilofacial e professoras do curso de Odontologia da Faesa Centro Universitário
Nos últimos anos, o interesse pela estética facial aumentou significativamente. Procedimentos como a harmonização facial ganharam espaço por prometerem, de forma rápida e minimamente invasiva, um rosto mais bonito, simétrico e harmônico.
No entanto, o que muitas pessoas desconhecem é que, em certos casos, esses procedimentos apenas disfarçam problemas mais profundos que só podem ser realmente corrigidos com uma abordagem mais completa: a cirurgia ortognática.
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Cirurgia ortognática corrige posicionamento dos ossos da face

Ainda pouco conhecida e cercada de estigmas, a ortognática é indicada para corrigir o posicionamento dos ossos da face, alterados por fatores genéticos ou distúrbios no crescimento ósseo.
Diferentemente de procedimentos estéticos temporários, com uso de preenchedores como o ácido hialurônico, a cirurgia atua na raiz do problema, promovendo melhora funcional real e uma transformação estética natural, harmônica e duradoura.
Mais do que um recurso estético, a ortognática pode ser uma solução terapêutica. Ela contribui para a recuperação da qualidade de vida ao tratar distúrbios que comprometem funções básicas, como a mastigação, a respiração e a fala. Um exemplo comum é a apneia do sono, condição em que a pessoa para de respirar por alguns segundos durante a noite, e que pode ser tratada de forma definitiva com a cirurgia — devolvendo ao paciente noites de sono mais tranquilas e reparadoras.

Sinais como queixo muito projetado para frente ou para trás, sorriso com excesso de gengiva ou pouca exposição dentária, roncos frequentes e cansaço ao despertar podem indicar a necessidade da cirurgia.
Além disso, para quem busca uma mudança estética mais definitiva, sem a necessidade constante de procedimentos de harmonização, a ortognática pode ser o melhor caminho.
A avaliação por um especialista em cirurgia bucomaxilofacial é indispensável para um diagnóstico preciso.
O processo cirúrgico costuma envolver o uso prévio de aparelho ortodôntico, e a cirurgia é realizada em ambiente hospitalar.
Graças aos avanços técnicos, a recuperação tornou-se muito mais tranquila do que no passado: cortes menores, sem necessidade de imobilização da mandíbula, e retorno às atividades em poucas semanas — essa é a nova realidade da cirurgia ortognática.
A cirurgia ortognática é, portanto, muito mais do que estética: é uma solução definitiva para problemas que afetam não só a aparência, mas também a saúde e o bem-estar.
Enquanto a harmonização facial atua apenas nas camadas superficiais, a ortognática transforma a face de dentro para fora, reposicionando ossos e tecidos, com resultados duradouros, naturais e funcionais.