Notas sobre a natureza da extinção: reflexões do seminário da USP

imagem do autor

Participei do IV Seminário Internacional Arte e Natureza, que aconteceu no EdA – Espaço das Artes ECA – USP, entre 25 e 30 de abril e voltei impactado. Nós estamos dentro da natureza, somos parte da natureza, mas às vezes, são necessários seminários como este para nos lembrar disso, para nos acordar e nos mostrar que não há vida para nós sem a natureza. 

Leia também: Andy Warhol: exposição de arte do papa pop chegou!

Estamos à beira do esgotamento da natureza já faz tempo, mas isso parece ter se tornado curricular. É algo que é falado e noticiado quase todos os dias, mas não sabemos o que fazer. Porque fazer envolve ação.

Não dá para fazer sem se envolver, sem agir. Agir no sentido positivo de viver e deixar viver. Como informa o entomologista Edward O. Wilson, nós tomamos o caminho errado desde quando aconteceu a revolução neolítica.

De lá para cá, o que  fizemos  foi nos elevar saindo da natureza, em vez de caminhar com ela. Alcançamos a civilização que vivemos a custo de uma grande traição à natureza.

Pesquisadores internacionais, performances, mostra de vídeos e exposição

Em sua quarta edição, realizada de 25 a 30 de abril de 2025, o seminário reuniu pesquisadores de diversas universidades internacionais (Kunsthochschule für Medien Köln – Alemanha, Hochschule Hannover – Alemanha, East Stroudsburg University – Estados Unidos, Universidade do Porto – Portugal, e Universidad Nacional de La Plata – Argentina, além de universidades brasileiras  (USP, UFRGS, UFBA, UnB, UFES, UFU, UFSC, UFRB, UNIFAI). 

Além das palestras, o seminário incluiu performances artísticas, mostra de vídeos e a exposição Húmus, composta por 54 artistas, com curadoria de Ana Carolina Ralston, Hugo Fortes e Sandra Rey. 

Algo pode substituir a natureza?

A revolução neolítica, junto com a da agricultura e das aldeias se estabeleceram se alimentando da natureza, com a falsa premissa de poderíamos explorá-la infinitamente. 

O que se seguiu foi o enriquecimento de um punhado de gente e empobrecimento outras e, mais, a pauperização da fauna, da flora cada vez mais acentuada, a ponto de começar o colapso. 

Até um certo tempo parecia que natureza era inimiga dos exploradores e conquistadores. Tudo poderia ser devastado e substituído pelo progresso. Mas agora é hora de perguntarmos: algo pode substituir a natureza? 

O IV Seminário Internacional Arte e Natureza, idealizado pelo Prof. Dr. Hugo Fortes e organizado pelo grupo de pesquisa Imaginatur desde 2011, o evento teve papel pioneiro na discussão das relações entre Arte e Natureza no Brasil e reuniu dezenas de artistas, curadores e pesquisadores de diversos países em torno dessa ideia.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.