Uso da tecnologia na Engenharia pode melhorar a produtividade em até 25%

O uso da tecnologia tem melhorado significativamente o planejamento dos projetos de engenharia. Essa transformação vai muito além de converter as informações para o formato digital, tendo relação com a redução do trabalho manual em cada um dos processos envolvidos, com a geração de insights valiosos e com a possibilidade de tomar decisões melhores e mais rápidas ao longo de todo o ciclo de vida do projeto. A primeira fase de um projeto de capital, um investimento de longo prazo e significativo, envolve a definição do escopo de trabalho e a revisão de aspectos de concepção do projeto, bem como de fatores econômicos e de exigências legais e regulatórias. Faz parte ainda dessa etapa inicial mensurar os impactos ambientais da obra.

“Por meio da tecnologia, é possível avançar mais rápido e com decisões mais assertivas. O GIS (Geographic Information System), por exemplo, ajuda a identificar os locais mais adequados para um projeto ao analisar um vasto banco de dados geoespacial. Já o BIM (Building Information Modelling) ou Modelagem da Informação da Construção, que oferece representação visual de 3D a 8D do ativo de capital antes mesmo da obra começar, foi colocado como protagonista nas obras públicas pela nova Lei de Licitações e Contratos, de 2021”, destaca Flávio Dayrell, líder de Construction and Capital Projects da EY na América Latina.

Ainda segundo o executivo, há estudos da EY indicando que a integração de planejamento digital em projetos de capital pode levar à melhoria de produtividade em até 25%, além de redução de até 10% no custo total do projeto. Historicamente, por envolver uma série de fatores controláveis ou não pelos gestores dos projetos, as obras em porcentagem elevada acabam estourando em prazo e custo, motivo pelo qual a preocupação, ainda segundo Dayrell, deve ser aumentar ao máximo a previsibilidade do projeto. “A tecnologia contribui para tornar esse cenário mais previsível ao oferecer, entre outros benefícios, um ambiente único de dados que permite fazer o planejamento de engenharia e de operação de forma antecipada, inclusive em relação aos riscos ao longo da construção”. O próprio acompanhamento da obra e dos trabalhos realizados pelos profissionais em campo fica mais eficiente.

Evitando o estouro de custos e de prazo

No setor de mineração, por exemplo, o período entre a descoberta da mina e sua efetiva produção agora é de 18 anos, um aumento de por volta 12 anos em relação aos projetos iniciados uma década e meia atrás. Esse prazo cada vez mais extenso coloca pressão nos executivos do setor, que precisam escolher com precisão o local de exploração das minas e garantir que o planejamento e a execução sejam realmente eficazes. O cenário é de demanda crescente por minerais de transição energética, exigindo das mineradoras uma capacidade de resposta nunca antes vista. O desafio é como fazer para manter os projetos sob controle e da forma que foram planejados. “Um em cada cinco megaprojetos de mineração (de investimento superior a US$ 1 bilhão) enfrenta estouro de custos ou de cronograma. Esse número pode ser ainda maior para pequenos e médios projetos, que detêm menos recursos produtivos. O papel da tecnologia é justamente evitar esse cenário ou ao menos contribuir para isso”, avalia Dayrell.

Para o executivo, a engenharia nunca foi tão tecnológica, com os setores de mineração, petróleo e gás mais avançados. Na área do refino, a transformação digital é observada de ponta a ponta, com o projeto bem modelado digitalmente e disponível para todos os envolvidos. “Essa atividade de elaborar o projeto e fazer a orçamentação levava anteriormente muito mais tempo do que hoje com a ajuda da tecnologia”, finaliza.

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