Censo 2022: Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com deficiência, aponta IBGE

Pessoa com deficiência no celular
Pessoa com deficiência no celular – Crédito: Freepik

O Brasil registrava, em 2022, 14,4 milhões de pessoas com deficiência, o equivalente a 7,3% da população com dois anos ou mais de idade, de acordo com os dados preliminares da amostra do Censo Demográfico divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (23). Entre os grupos etários, os idosos com 60 anos ou mais representavam 45,4% da população com deficiência. Entre os indivíduos sem deficiência, esse grupo correspondia a 14%. As mulheres com deficiência somavam 8,3 milhões, e os homens, 6,1 milhões.

As mulheres superavam numericamente os homens com deficiência em todas as regiões do país. O IBGE aponta que essa diferença pode estar relacionada à maior longevidade feminina. Os dados ainda indicam que 16% dos domicílios recenseados tinham ao menos um morador com deficiência. No recorte regional, o Nordeste apresentou o maior percentual (19,5%), seguido pelo Norte (17,8%).

Os percentuais mais altos de pessoas com deficiência foram registrados nos estados do Nordeste, com destaque para Alagoas (9,6%), Piauí (9,3%), Ceará e Pernambuco (ambos com 8,9%). Fora da região, o maior índice foi observado no Rio de Janeiro (7,4%). Já as menores proporções ocorreram em Roraima (5,6%), Mato Grosso (5,7%) e Santa Catarina (6%).

A dificuldade visual foi a mais frequente entre os tipos de deficiência, atingindo 7,9 milhões de pessoas. Em seguida, apareceram dificuldades de locomoção (5,2 milhões), destreza manual (2,7 milhões), funções mentais (2,7 milhões) e audição (2,6 milhões). Aproximadamente 2% da população com dois anos ou mais possuía duas ou mais dificuldades funcionais.

No recorte por idade, 27,5% das pessoas com 70 anos ou mais tinham alguma deficiência. Entre os indígenas com dois anos ou mais, 7,9% apresentavam algum tipo de deficiência, percentual que chegava a 30,6% entre aqueles com 65 anos ou mais.

Escolaridade e Deficiência

A pesquisa também mostrou diferenças significativas nos níveis de escolaridade. Entre as pessoas com deficiência com 15 anos ou mais, 21,3% eram analfabetas, taxa quatro vezes superior à da população sem deficiência (5,2%). Apenas 7,4% das pessoas com deficiência haviam concluído o ensino superior, frente a 19,5% das pessoas sem deficiência.

Entre as pessoas de 25 anos ou mais com deficiência, 63,1% não tinham instrução ou não haviam concluído o ensino fundamental. A proporção era de 32,3% entre pessoas sem deficiência. A taxa de escolarização de crianças de 6 a 14 anos com deficiência era de 92,6%, ante 98,4% entre aquelas sem deficiência. Na faixa etária de 15 a 17 anos, as taxas caíam para 79,4% e 85,5%, respectivamente.

Importância dos Dados do Censo 2022

A disponibilização dos dados do Censo 2022 sobre pessoas com deficiência, embora com atraso, é importantíssima. Através da informação exata, ancorada em dados, a formulação de políticas públicas para essa população ganha impulso.

Os dados relativos ao TEA, em especial, chegam num momento de alta de diagnósticos e maior inserção nas escolas. É a primeira vez que temos acesso a dados tão amplos sobre a população autista do Brasil.

Os dados fazem parte da publicação Censo Demográfico 2022: Pessoas com Deficiência e Pessoas Diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista – Resultados Preliminares da Amostra. O levantamento segue recomendações do Grupo de Washington e considera cinco domínios de dificuldades funcionais: enxergar, ouvir, mobilidade, coordenação motora e cognição e comunicação.

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