
Iniciativa foi anunciada durante encontro nacional da Mata Atlântica; empresas que investirem no reflorestamento de unidades de conservação poderão compensar impactos ambientais. Áreas de conservação do estado de SP que precisam de restauro, segundo o governo estadual
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O governo de São Paulo vai oferecer à iniciativa privada o restauro de áreas degradadas em unidades de conservação do estado em troca de créditos de carbono, mecanismo usado para compensar danos ambientais. A proposta foi apresentada nesta segunda-feira (26) pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, durante o 10º Encontro das Secretarias Estaduais da Mata Atlântica, realizado na capital paulista.
Segundo a pasta, foram mapeados 38 mil hectares de áreas degradadas em florestas, ilhas, parques estaduais e outras unidades de conservação que precisam de restauração ecológica.
Empresas interessadas em investir na recuperação dessas regiões poderão usar os créditos gerados para compensar, por exemplo, a emissão de gases poluentes ou o desmatamento legal realizado em suas atividades produtivas.
“São Paulo tem demonstrado que é possível unir desenvolvimento, inovação e conservação ambiental com responsabilidade. Os resultados que apresentamos neste encontro mostram o compromisso do nosso estado com o futuro da Mata Atlântica e com o bem-estar das pessoas que dependem desse bioma”, afirma a secretária Natália Resende.
A consulta ao mapa das áreas disponíveis pode ser feita pela plataforma da Fundação Florestal: https://plataforma.fflorestal.sp.gov.br
O relatório da Fundação SOS Mata Atlântica, feito em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o MapBiomas, aponta que o desmatamento do bioma apresentou redução de 14% em 2024, segundo o Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD), que registrou 71.109 hectares desmatados frente aos 82.531 hectares do ano anterior.
De acordo com o Atlas da Mata Atlântica, publicado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Inpe, o índice de desmatamento do bioma no estado caiu 27% no ano passado. Os 27% referem-se às matas maduras — com maior biodiversidade e estoque de carbono. O número de hectares desmatados caiu de 68 para 49.
Taxa de desmatamento da Mata Atlântica, bioma fundamental pra biodiversidade, diminuiu no ano passado