Movimentos de Betim (MG) denunciam suspensão de projeto sobre a cultura afro-brasileira

Após pressão de vereadores ligados à extrema direita, a Prefeitura de Betim, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), suspendeu, na simbólica data de 13 de maio, os materiais didáticos do projeto Caminhos para igualdade, que promove estudos e o reconhecimento das raízes originárias brasileiras, por meio da disciplina  África e Povos Originários na Educação de Betim

O programa era uma iniciativa da Secretaria Municipal de Educação de Betim e seu material contava com elaborações feitas por especialistas na área da educação e da diversidade. O material atendia cerca de 50 mil estudantes da rede municipal.

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Além disso, a iniciativa estava sob as leis federais 10.639/2003 e 11.645/2008, que tornam obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas do país.  

Acusação

Os vereadores Layon Silva (PL), Ricardo Lana (PP), Alexandre da Paz (PRD), Baé da Comunidade (DC), Rony Martins (Cidadania) e Ângela Maria (Republicanos) alegaram, por meio de ataques políticos e preconceituosos ao projeto, que o material didático “promove as religiões de matriz africana”.

Porém, segundo o Fórum Popular de Cultura de Betim, organização independente composta por artistas e agentes culturais da cidade, “a suspensão do material didático do projeto, é mais do que um ataque ao conteúdo, é uma afronta ao direito à memória, à identidade e ao conhecimento de milhares de crianças e jovens”.

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Mobilização

Diante dos ataques preconceituosos dos vereadores e da suspensão dos materiais didáticos, o Movimento Betim Antirrascista promoveu uma mobilização na última terça-feira (20), na Câmara Municipal de Betim, que contou com a presença de representantes da Associação dos Povos Tradicionais de Religiões de Matrizes Afro-brasileiras e Africanas de Betim e do movimento Povos e Comunidades de Tradição Religiosa Ancestral de Matriz Africana (PCTRAMA), que afirmou em nota que seguem firmes na “luta pela educação antirracista, pela laicidade do Estado e pelo respeito às memórias dos povos negros e originários”.

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