
Projeto acompanha a elevação da diocese à condição de arquidiocese metropolitana; intervenção inclui hall de entrada inspirado em mãos em oração e melhorias estruturais. Igreja fica no Centro de São José do Rio Preto (SP). Após elevação à Arquidiocese, Catedral de Rio Preto inicia revitalização completa
Após a Diocese de São José do Rio Preto (SP) ter sido elevada a arquidiocese metropolitana pelo papa Leão XIV, no dia 22 de maio, a principal igreja católica da cidade foi promovida à condição de catedral metropolitana e passa por obras de revitalização que incluem uma cruz de 20 metros de altura.
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A reforma inclui desde melhorias estruturais até uma intervenção simbólica: a instalação da cruz totalmente iluminada, visível de diferentes pontos da cidade. A previsão inicial é de que a obra seja concluída até 2029.
O projeto é assinado pelo arquiteto Heitor Mistilides Polizio, de 41 anos. Em entrevista ao g1, ele conta que o maior desafio técnico é o acesso ao prédio, construído sobre uma laje e em uma área de difícil circulação para maquinários pesados. Ainda assim, as primeiras etapas, como a substituição da cobertura e do forro interno, já são executadas.
“Nosso foco é a conservação do prédio, que sofre com a ação do tempo. Também estamos trabalhando na vedação do beiral externo para livrar a catedral de infiltrações”, explica.
Projeto mostra como ficará a nova fachada da Arquidiocese Metropolitana de Rio Preto
Heitor Polizio/Arquivo pessoal
Entre as inovações previstas está a criação de um novo hall de entrada, mais amplo e visível, que simbolizará duas mãos em oração. Na extremidade da estrutura será colocada a grande cruz de aço e vidro, iluminada, destacando o acesso principal ao templo. “Além da função arquitetônica, ela traz consigo um simbolismo cristão poderoso e visível”, destaca Polizio.
O projeto busca dosar os conceitos de modernização e preservação, mantendo as linhas originais do prédio, considerado de traços modernos e localizado na região central da cidade. Assista ao vídeo acima.
Serão adotadas soluções técnicas que garantam mais segurança, conforto térmico e durabilidade à estrutura. O arquiteto afirma ainda que todo o processo é guiado por tecnologias que permitem visualizar previamente cada etapa, com foco também na segurança de trabalhadores e visitantes.
Fachada atual da Arquidiocese Metropolitana de Rio Preto, antes da reforma
Reprodução/Arquivo Diocesano
O padre Deusdet Aparecido Zanfolim, pároco responsável, destaca o valor espiritual da obra. “A revitalização acontece em um momento muito simbólico. Nossa catedral deixa de ser apenas a ‘igreja mãe’ da diocese para se tornar a ‘igreja mãe’ de todo o território arquidiocesano. Ela será a referência da fé católica em nossa região”, afirma.
Para ele, a cruz que será instalada na nova entrada é mais que uma marca visual. “É um lembrete de nossa missão como comunidade católica: lançar sempre a luz de Cristo sobre a nossa cidade”, explica.
Conforme o projeto, a cruz iluminada com 20 metros de altura será visível de diversos pontos da cidade
Heitor Polizio/Arquivo pessoal
A campanha para viabilizar as obras já está em andamento, com doações sendo arrecadadas por carnês mensais, chave PIX e uma nova mobilização com cofrinhos distribuídos para crianças e fiéis. “É um trabalho voluntário, silencioso, mas muito importante. São os filhos cuidando da ‘igreja mãe'”, reforça o padre.
⛪ Nova arquidiocese
Arquidiocese é oficialmente criada em Rio Preto após nomeação do papa Leão XIV
A revitalização da catedral acompanha um momento histórico para a Igreja Católica em Rio Preto. No dia 22 de maio, o papa Leão XIV elevou a diocese à condição de arquidiocese metropolitana, a primeira criada no mundo desde o início de seu pontificado.
O agora arcebispo Dom Antônio Emílio Vilar foi nomeado para liderar a nova província e receberá o pálio das mãos do próprio papa durante uma missa na Basílica de São Pedro, no Vaticano, no dia 29 de julho.
Com a mudança, a Arquidiocese de Rio Preto passa a coordenar também as dioceses de Barretos (SP), Catanduva (SP), Jales (SP) e Votuporanga (SP), tornando-se referência e guia espiritual para toda a região noroeste.
Dom Antônio Emidio Vilar, de Rio Preto (SP), celebra nomeação
Mário Policeno/Arquivo pessoal
*Colaborou sob supervisão de Henrique Souza
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