‘Letalidade imensurável’, diz Zanin sobre grupo suspeito de espionar e matar por encomenda; cinco foram presos nesta quarta

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que se “reveste de gravidade extrema” os elementos reunidos pela Polícia Federal sobre o grupo suspeito de espionagem e assassinatos por encomenda.
Segundo o ministro, a “letalidade potencial da organização é imensurável” diante da capacidade operacional e bélica.
A afirmação de Zanin consta na decisão que autorizou a 7ª Fase da Operação Sisamnes, com o intuito de investigar os possíveis mandantes e eventuais coautores do assassinato do advogado Roberto Zampieri, em Cuiabá, em 2023.
A TV Globo teve acesso a trechos do documento. Segundo a PF, a investigação apontou a existência de uma organização criminosa, formada por civis e militares. O grupo se denominava “Comando de Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos”, de acordo com a PF.
Zanin afirmou que os dados revelados pela PF indicam que o grupo tem capacidade para monitorar alvos, agenciar pessoal e recursos financeiros que sinalizam o potencial da organização.
“Dito de outro modo, a letalidade potencial da organização é imensurável, dada sua elevada capacidade operacional e bélica, notadamente porque integrada por agentes que pertencem ou pertenceram às Forças Armadas e que receberam treinamento militar especializado”, escreveu Zanin.
Na avaliação do ministro, as prisões decretadas se justificam diante da gravidade da conduta e do risco de fuga.
Documento apreendido pela investigação descreve a estrutura de administração, pessoal, equipamentos, comunicações e custos para uma suposta ação criminosa.
O papel traz ainda uma espécie de tabela com a classificação de quanto o grupo supostamente cobraria para cometer assassinatos por encomenda. O assassinato de ministros do Judiciário, por exemplo, custaria R$ 250 mil.
Os alvos são os mesmos que, de acordo com a polícia, participaram da execução do advogado.
O produtor rural Aníbal Manoel Laurindo — apontado pela Polícia Civil de Mato Grosso como mandante do assassinato;
Coronel Luiz Caçadini: suspeito de ser o financiador;
Antônio Gomes da Silva: suspeito de ser o atirador;
Hedilerson Barbosa: suspeito de ajudar no crime; e
Gilberto Louzada da Silva, cuja participação não foi detalhada pela polícia.
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