Na manhã desta sexta-feira (30), problemas ambientais do Recife e de Pernambuco serão temas de debate na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações de Pernambuco (Sinttel). A principal convidada é a deputada estadual Rosa Amorim (PT), presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa (Alepe). A sede do Sinttel fica na rua Afonso Pena, nº 333, próximo à Universidade Católica (Unicap) e o Senac, no bairro de Santo Amaro, centro do Recife.
O encontro é aberto ao público e terá transmissão ao vivo na página do Sinttel no Instagram (clique aqui). Também está prevista uma intervenção cultural do ator Adriano Cabral.
Rosa Amorim (PT) afirma que a crise climática tem afetado “as nossas vidas de forma mais intensa, especialmente a população negra, que vive nas comunidades rurais e urbanas mais vulneráveis do nosso estado”. “Debater a questão ambiental em Pernambuco é falar da urgência da implementação de um plano de mitigação dos efeitos da crise climática. Precisamos não só conversar sobre, mas agir e pressionar os órgãos públicos para adotarem ações preventivas que evitem novos desastres e mortes”, conclui.
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No Recife, ambientalistas protestam contra construção de escola de sargentos em área de proteção ambiental
O encontro acontece a uma semana do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho. O estado tem sofrido com a intensificação das mudanças climáticas e seus sintomas, como as chuvas intensas, a elevação das temperaturas e longas estiagens. O Recife é apontado como a 16ª cidade no mundo mais vulnerável às mudanças climáticas, segundo estudo do Painel Intergovernamental que trata do tema (IPCC) e da Organização das Nações Unidas (ONU).
Apesar disso, a capital pernambucana segue não dando conta sequer de impedir uma grande quantidade de despejos de esgoto sem tratamento nas águas do Capibaribe, principal rio que corta a cidade. Estudo da Fundação SOS Mata Atlântica apontou que por este motivo as águas do rio pioraram de qualidade nos últimos anos, enquanto as autoridades locais transferem a culpa entre si.
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O avanço da urbanização é acompanhado pelo agravamento dos alagamentos e elevado risco de deslizamento de encostas de morro espalhadas por toda a Região Metropolitana. Olinda, Jaboatão e Paulista, por falta de áreas permeáveis e obras para o escoamento das águas pluviais, também sofrem com as cheias após chuvas intensas.
Ainda na Região Metropolitana, a Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia-Beberibe – distribuída entre os municípios de Abreu e Lima (24,4%), Igarassu (22,6%), Recife (16%), Araçoiaba (11,4%), Paudalho (9,4%), Camaragibe (8%), Paulista (6,2%) e São Lourenço da Mata (2%) – está sob ameaça de desmatamento para a construção de uma Escola de Sargentos do Exército, obra chancelada por municípios, Governo do Estado e Federal.
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