Agência de Notícias das Favelas organiza espaço dedicado às periferias na Flip, em Paraty (RJ)

Há 25 anos a Agência de Notícias das Favelas (ANF) tem como missão democratizar a informação e ampliar as vozes das periferias brasileiras. Fundada no Rio de Janeiro, a primeira agência de notícias feita por e para moradores de favelas, hoje é referência em jornalismo comunitário, formação popular e articulação cultural. 

Um dos projetos é a Casa da Favela, organizado pela ANF dentro da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Em sua 3ª edição este ano, o espaço contará com a presença já confirmada de Conceição Evaristo.

Criado em resposta à exclusão das periferias dos grandes circuitos literários, a Casa se consolidou como território de afirmação de identidades, afetos e fortalecimento da produção cultural das quebradas.

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Uma novidade deste ano é que a iniciativa se transformou em selo editorial, com lançamento de autores de favelas de diversas regiões do país. Pela primeira vez desde a pandemia, a Flip volta a ocorrer no período tradicional, meio do ano, entre os dias 30 de julho e 3 de agosto, em Paraty. 

Novos projetos

A formação de comunicadores populares em favelas é um dos eixos estratégicos da Agência de Notícias das Favelas (ANF). Nesse sentido, a Rede de Agentes Comunitários de Comunicação (RACC) é uma das principais iniciativas que conecta jovens em diferentes territórios periféricos. 

Para o fundador da ANF, André Fernandes, a agência vive um momento de renovação com novos projetos. Um deles é o Polo de Comunicação, Cultura e Inovação, atualmente em fase de captação de recursos, que será construído no Bairro da Paz, em Salvador, uma das maiores periferias da capital baiana.

“A ANF é a favela comunicando com coragem, ousadia e afeto. Estamos num momento de crescimento real, expandindo nossa atuação pelo Brasil e construindo caminhos novos. Mas a gente não quer fazer isso sozinho. Queremos parceiros que queiram revolucionar com a gente, que acreditem na potência das favelas e estejam dispostos a construir um mundo mais justo, solidário e verdadeiro, desde a base”, declarou ao Brasil de Fato.

Já a revista Favela S/A, em fase de produção, vai dar visibilidade às potências econômicas e criativas que emergem das favelas. Outros projetos também seguem em curso, como o tradicional jornal impresso A Voz da Favela, com 50 mil exemplares mensais distribuídos gratuitamente nas comunidades, e o documentário dirigido por Silvio Tendler, que vai contar a história da ANF e seu impacto na vida de comunicadores das periferias.

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