
O Brasil participou, pela primeira vez, da 4ª Conferência Mundial das Cidades Revolucionárias, realizada entre os dias 9 e 11 de maio, na cidade de Jeongeup, na Coreia do Sul. E não foi com qualquer história, Canudos — símbolo de resistência popular — e o trabalho do Instituto Popular Memorial de Canudos (IPMC) representaram o país em um dos maiores encontros internacionais sobre memórias de lutas populares.
O evento reuniu representantes de diversos países com experiências marcadas por revoluções, insurreições ou movimentos de resistência. Além do Brasil, Alemanha, Japão e Coreia do Sul estiveram entre os participantes com histórias emblemáticas. O objetivo do encontro foi criar uma rede global de cidades que preservam e compartilham as memórias de seus movimentos populares e revolucionários, construindo pontes de solidariedade entre diferentes povos.

Um dos destaques da conferência foi o movimento camponês de Donghak, da Coreia do Sul, que apresentou seu processo de resgate histórico e cultural, hoje reconhecido como símbolo de resistência à opressão imperial e à desigualdade social.
A presença brasileira foi viabilizada graças à articulação da Professora Doutora Keum Joa Choi, pesquisadora sul-coreana que leciona na Universidade Hankuk. Apaixonada pela história social do Brasil, especialmente pela saga de Canudos, a professora tem sido uma das principais responsáveis por divulgar essa parte importante — e muitas vezes esquecida — da trajetória brasileira em universidades e centros culturais da Ásia.
O destaque ao IPMC no evento coloca o Brasil no mapa internacional das cidades que preservam e celebram memórias de resistência. Mais do que um reconhecimento, trata-se de um passo importante para consolidar Canudos como um patrimônio da luta popular mundial.
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