MTST consolida ocupação na região portuária do Rio de Janeiro e reivindica moradia para 200 famílias

Na madrugada deste sábado (31), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) reforçou uma ocupação em uma área da região portuária do Rio de Janeiro que já reunia aproximadamente 200 famílias. Segundo o Movimento, a área pertence ao Jornal do Brasil e à Docas S.A e estava abandonada havia mais de duas décadas.

Ao longo do dia, integrantes do MTST farão um mutirão de limpeza no terreno, preparando a área para organizar as moradias e uma cozinha comunitária.

“O Eduardo Paes tem a casa dele, a cama dele, o emprego dele, mas pro povo ele dá duas opções: ou arranca o emprego pela força, ou impede o trabalho tirando as possibilidades pra isso. Tem pessoas desempregadas na Baixada Fluminense porque o emprego está aqui no centro”, afirma Raquel Lucena, Secretária da Associação de Moradores da Ocupação Deus nos Abençoe e líder do MTST.

Ocupação Deus é Maior
Ocupação teve início oficial em março e agora está recebendo estrutura, como cozinha comunitária Comunicação/MTST | Comunicação/MTST

O terreno está inserido na região que integra o projeto Porto Maravilha, que desde antes Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 começou a receber investimentos públicos que seriam para revitalização da área. Fazem parte deste projeto, por exemplo, o Museu do Amanhã. Os bairros que pertencem à região são Caju, Gamboa, Saúde, Santo Cristo e parte do Centro da cidade.

No entanto, o MTST reivindica que o poder público não está cumprindo com a contrapartida acertada de oferecer moradia popular para a população.

“O MTST denuncia a irregularidade desse processo, com a ausência de investimentos em habitação de interesse social e no programa Minha Casa, Minha Vida (faixa 1), para quem recebe de zero a três salários mínimos”, afirma em nota a Coordenação Estadual do MTST.

O Movimento reivindica 250 unidades habitacionais de interesse social. Lideranças vão seguir prestando auxílio às famílias que realizam a ocupação – cujo nome será decidido posteriormente em assembleia com os moradores -, inclusive caso surjam tentativas de despejo.

A prefeitura do RJ foi procurada e o espaço segue aberto para manifestações.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.