Nascido a partir de brincadeira entre amigos, grupo cultural de Olinda celebra 20 anos com lançamento de filme

Na tarde deste domingo (1º), a partir das 16 horas, os tambores rufam não nas ladeiras de Olinda, mas no teatro Fernando Santa Cruz, no Mercado Eufrásio Barbosa. Quem for ao local poderá assistir gratuitamente à sessão de pré-estreia do documentário Tambor Louvado por Todos, que conta a história do grupo percussivo Batadoní e fala da importância dos grupos e brinquedos populares na cultura de Pernambuco. Os ingressos podem ser retirados a partir das 15 horas, na bilheteria do local. O Eufrásio Barbosa fica no Largo do Varadouro, em Olinda.

O grupo nasceu há 20 anos, a partir de encontros entre amigos para brincar e se divertir, mas que ao longo das décadas se consolidou como presença constante nas ruas da cidade, mantendo sua autonomia e ampliando o diálogo com mestres e mestras de diversas manifestações da cultura popular do estado. No documentário, essa trajetória é contada com uma proximidade quase íntima, já que a direção do filme é da jornalista Sara Brito e a produção é do engenheiro Danisete Neto, ambos integrantes do Batadoní por mais da metade destes 20 anos.

O filme reúne imagens de arquivo, entrevistas e usa a animação para percorrer memórias e histórias, desde as primeiras tocadas como brincadeira, passando pela gravação do primeiro disco do Batadoní (ouça aqui), até a realização dos festivais culturais Segura o Bode e Batadoninho – este segundo voltado para o público infantil. “Registrar essa memória é um movimento de resistência e sobrevivência. É uma forma de dizer que estamos aqui, existimos e vamos continuar. Isso fortalece os coletivos e mostra como eles seguem atuando, apesar da invisibilidade institucional”, avalia Sara Brito.

O documentário também convoca para o reconhecimento e valorização de outros brinquedos populares e grupos que, “na raça”, fazem a cultura da cidade, estado e país seguirem pulsando. “A gente não tem patrocínio, não tem salário, mas tem identidade e pertencimento. Registrar essa história é mostrar que a cultura popular é viva, organizada e é feita por nós, com o que temos”, considera Vanessa Lorega, outra integrante do grupo percussivo. Após a sessão haverá um debate com a equipe do filme.

A diretora também destaca a importância de mais suporte econômico para viabilizar produções do tipo. “Há muitas ideias em muitos coletivos potentes, mas os recursos são escassos. Fazer de forma independente ainda é muito difícil. Precisamos falar de remuneração digna para quem trabalha com cultura e com audiovisual, sobretudo em projetos que nascem dentro dos grupos, como o nosso caso”, diz Sara Brito.

As imagens, direção de fotografia e captação de som são de Hugo Muniz, a montagem é de Roberta Cardoso, a finalização de som e imagem é de Adalberto Oliveira, a identidade visual e design são de Frederico de Melo e a animação é de Mateus Bezerra.

O filme é um projeto realizado pelo Batadoní, com apoio de recursos públicos enviados pelo Ministério da Cultura, via Lei Paulo Gustavo, a partir de seleção realizada pela Secretaria de Cultura de Pernambuco. A sessão de pré-estreia conta com apoio do Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa, da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe) e Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

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