
Gumercindo Gonçalves da Silva, de 90 anos, realizou o procedimento no Hospital de Base (HB) de São José do Rio Preto (SP). Ele tinha Hiperplasia Prostática Benigna, que acarretava em diversos problemas. Gumercindo Gonçalves da Silva de 90 anos após a cirurgia e sua filha, Teresa Gonçalves de Souza de 65 anos
Hospital de Base/Divulgação
Um idoso de 90 anos com comorbidades, morador de São José do Rio Preto (SP), foi o primeiro a passar por uma cirurgia de próstata por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), inédita no Hospital de Base (HB) do município. A medida foi tomada após a glândula do paciente apresentar tamanho superior ao recomendado pelos médicos.
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O aposentado Gumercindo Gonçalves da Silva foi submetido ao procedimento para amenizar os efeitos de uma Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), responsável por deixar a próstata dele seis vezes maior do que o normal.
A doença acarretava em diversos problemas, como dores, sangramentos e dificuldade para urinar. Devido aos sintomas, o paciente passou por atendimento em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e depois foi encaminhado para o HB.
Além de inédita, a cirurgia realizada em Gumercindo é considerada menos complexa e invasiva, fator importante para uma pessoa com idade avançada e com outros problemas de saúde.
A cuidadora e filha do idoso, Teresa Gonçalves, de 65 anos, relatou ao g1 que o procedimento deixou o pai mais confortável durante o pós-operatório.
“Foi muito bom, porque, como ele possui outras doenças, não seria viável uma cirurgia muito complexa”, explica.
Ainda segundo ela, o aposentado teve alta médica na quarta-feira (28) e se recupera em casa.
“A recuperação é muito boa e o sangramento que ocorria há um mês parou. Espero que possa trazer uma qualidade de vida melhor para ele e conforto”, explica.
Gumercindo Gonçalves da Silva de 90 anos após a cirurgia inédita da próstata no Hospital de Base de Rio Preto (SP)
Arquivo pessoal
A cirurgia
O radiologista intervencionista Rafael Garzon, de 52 anos, responsável por fazer a cirurgia no idoso, explicou à reportagem o porquê do procedimento ser classificado como menos invasivo.
“É um procedimento que não necessita de corte e pode ser feito só com uma anestesia local, na virilha ou no punho, onde acessamos as artérias e, através de cateteres finos, alcançamos os vasos sanguíneos que irrigam a próstata. Por meio desses mini cateteres, a gente injeta pequenas partículas que vão bloquear a circulação que nutre a próstata do paciente”, explica.
Radiologista intervencionista Rafael Garzon, de São José do Rio Preto (SP)
Arquivo Pessoal
Esse procedimento é todo guiado por um aparelho chamado de angiógrafo, que consegue mostrar as artérias em tempo real, além de ser avançado na área de raio-x.
O procedimento demora em média de duas a quatro horas, tempo equivalente ao de outra cirurgia que tem a mesma finalidade, porém é mais agressiva, segundo o médico.
A urologista Ana Paula Bogdan, de 56 anos, explica que a HPB benigna ocorre principalmente em pacientes com idade avançada.
“A hiperplasia pode acontecer simplesmente porque o homem envelhece. Ela começa com problemas na hora de urinar”, explica.
Ana Paula Bogdan de 56 anos que é médica urologista no Hospital de Base de Rio Preto (SP)
Arquivo pessoal
O paciente com esse tipo de diagnóstico pode evoluir e apresentar complicações na bexiga e consequentemente nos rins. Para evitar essa situação, a médica diz que a prevenção é primordial.
“Essa doença pode ser identificada por meio do exame preventivo, que é muito comum, com o toque retal, que normalmente começa por volta de 45 a 50 anos. Por meio desse exame, a gente pode identificar a hiperplasia.”, explica.
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* Colaborou sob supervisão de Henrique Souza
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