Atleta trans tem mensagem forte após vencer campeonato de atletismo pelo segundo ano consecutivo

Atleta trans tem mensagem forte para críticos após vencer campeonato de atletismo pelo segundo ano consecutivo

O ambiente na pista de atletismo do Mount Tahoma High School, em Tacoma, Washington, EUA, no sábado, 31 de maio, era tenso antes da largada dos 400 metros femininos da classe 2A.

Verónica Garcia, de 17 anos, estudante da East Valley High School, alongava-se concentrada, tentando ignorar os ruídos vindos das arquibancadas. Próximo aos blocos de partida, um homem vestindo uma camiseta com a frase “Save women’s sports” e a bandeira americana repetia insistentemente gritos como “corrida de meninas” e “vamos lá, meninas”. O objetivo era claro: perturbar a jovem atleta transgênero.

Apesar da tentativa de intimidação, quando o tiro de partida ecoou, Verónica partiu com determinação. Ela dominou a prova de ponta a ponta, cruzando a linha de chegada com um tempo impressionante de 55,70 segundos.

Verónica Garcia venceu Lauren Matthew, que ficou em segundo lugar, por quase um segundo inteiro.(Fonte: X/Riley_Gaines_)

Verónica Garcia venceu Lauren Matthew, que ficou em segundo lugar, por quase um segundo inteiro. (Fonte: X/Riley_Gaines_)

Essa marca não apenas garantiu sua vitória com uma vantagem de um segundo inteiro sobre a segunda colocada, Lauren Matthew, da West Valley High School, como também representou uma melhora de meio segundo em relação ao seu tempo campeão do ano anterior. Era o bicampeonato consecutivo de Verónica na prova.

A celebração, porém, foi ofuscada por vaias de parte do público. Enquanto Verónica processava sua conquista, Lauren Matthew segurava um cartaz que declarava: “Campeã Real Feminina dos 400m 2A do Washington State Track and Field”. A cena capturava a polêmica que cercava a participação da atleta trans.

Ao jornal Seattle Times, Verónica reagiu com maturidade e firmeza aos críticos. “Sendo honesta, meio que esperava por isso”, admitiu ela. “Mas talvez não tenha tido o efeito que eles queriam. Me deixou com raiva, mas não uma raiva de querer desistir. Uma raiva de ‘eu vou me superar’.”

Ela continuou, expressando sua frustração com a situação: “Vou dizer isso da forma mais educada possível: é uma grande pena que eles não tenham nada melhor para fazer. Espero que arrumem uma vida. Mas, enfim. Isso só mostra quem eles são como pessoas.”

Verónica Garcia mandou uma mensagem de desafio aos seus críticos após garantir o bicampeonato nos 400 metros da classe 2A.(Fonte: RunnerSpace)

Verónica Garcia mandou uma mensagem de desafio aos seus críticos após garantir o bicampeonato nos 400 metros da classe 2A (Fonte: RunnerSpace)

Apesar do barulho negativo, Verónica manteve o foco em sua realização pessoal. “Estou muito orgulhosa de mim mesma. Fiz o que vim fazer, e isso é suficiente para mim.” Ela também invocou um princípio de Martin Luther King Jr.: “Uma das coisas que Martin Luther King sempre destacou é que você tem que fazer o que é certo. Mesmo que haja risco, você ainda tem que fazer o que é certo.”

Lauren Matthew, por sua vez, ao falar com o Spokesman-Review após garantir a segunda colocação, expressou sua insatisfação com o resultado, infelizmente utilizando termos incorretos para se referir à campeã: “Eu não deveria ter que me esforçar ao ponto de quase morrer para vencer. Sei que vou me esforçar para continuar, mas não quero que um homem me obrigue a ter que ir tão além.”

O episódio ocorreu a aproximadamente 45 minutos de carro de Seattle, colocando novamente a participação de atletas trans no esporte escolar sob os holofotes. A vitória de Verónica Garcia, conquistada com esforço e tempo recorde pessoal, permanece como o fato atlético central, mesmo em meio à controvérsia.

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