
Imagine abrir um site de apostas e encontrar uma opção para apostar se Jesus Cristo vai voltar à Terra ainda este ano. Parece ficção? Mas é real. Em pleno 2025, milhares de pessoas estão literalmente colocando dinheiro nessa ideia em uma plataforma chamada Polymarket.
Para quem não está familiarizado, tanto o Cristianismo quanto o Islã ensinam que Jesus retornará um dia. Depois da crucificação, os relatos bíblicos dizem que ele ressuscitou, apareceu aos discípulos, mas não ficou por aqui. Ascendeu aos céus, e a tão esperada “segunda vinda” seria o grande retorno definitivo. É um evento fundamental na escatologia de várias religiões.
Mas o que ninguém previu foi que esse evento sagrado se tornaria objeto de apostas financeiras online. O Polymarket funciona assim: as pessoas compram “cotas” sobre se um evento específico vai acontecer ou não. Se mais pessoas acham que algo vai ocorrer, o preço da cota do “sim” sobe. Se a maioria duvida, o preço cai e a cota do “não” fica mais cara.
No caso da segunda vinda prevista para antes de 31 de dezembro de 2025, o volume de apostas já ultrapassou meio milhão de dólares. A esmagadora maioria desse dinheiro está no campo do “não”. Neste momento, apenas cerca de 3% dos apostadores estão investindo no “sim”. Mesmo assim, isso representa milhares de dólares apostados que renderiam um grande prêmio se, de fato, Jesus aparecer.
O baixo preço atual da cota do “sim” – cerca de três centavos de dólar – mostra o ceticismo geral, mas também indica que milhares de pessoas acharam a aposta suficientemente tentadora para arriscar alguns trocados na possibilidade remota.
De onde vem essa ideia de 2025? Parte das apostas parece se basear na chamada “Teoria do Dia Milenar”. Essa teoria interpreta os sete dias da criação no livro de Gênesis de forma simbólica, onde cada “dia” representaria mil anos de história humana.
Segundo essa visão, os 6.000 anos desde a criação do homem marcariam o final da “sexta-feira” simbólica, dando lugar a um “sábado” de mil anos de paz – a era messiânica iniciada pela segunda vinda.

O site Polymarket é usado para apostas em eventos, e desta vez há mais de US$ 500 mil apostados sobre se a segunda vinda de Cristo acontecerá ainda este ano.
Existem, porém, grandes problemas com essa teoria. O principal deles é a cronologia. A ciência moderna, através de fósseis e datações, demonstra que os humanos modernos (Homo sapiens) existem há pelo menos 300.000 anos.
Ossos e artefatos comprovam essa longa presença na Terra, muito além dos 6.000 anos propostos. Essa discrepância torna a base temporal da teoria insustentável perante as evidências arqueológicas e antropológicas.
Além disso, tentativas de marcar a data do retorno de Jesus são um capítulo à parte na história. Houve dezenas, talvez centenas, de previsões ao longo dos séculos. Algumas foram bem específicas (como 21 de maio de 2011 ou 21 de outubro de 2011, popularizadas por Harold Camping), outras foram mais vagas, mas todas, sem exceção até agora, falharam.
Vale lembrar que o próprio texto bíblico, no livro de Mateus, afirma claramente: “Quanto ao dia e à hora, ninguém sabe”. Essa passagem sugere que tentar adivinhar a data exata é uma empreitada fadada ao fracasso e, possivelmente, contrária ao espírito da mensagem religiosa. Apostar dinheiro nesse evento, então, parece ainda mais contraditório com os ensinamentos que geralmente desaprovam a prática do jogo.
Os primeiros cinco meses de 2025 já se passaram sem nenhuma aparição divina globalmente reconhecida. Essa nova previsão, envolvendo um site de apostas de criptomoedas, se junta à longa lista de expectativas não realizadas. Restam sete meses no ano.
Os apostadores do “sim” aguardam, contra todas as probabilidades científicas e históricas, por um evento que transformaria não apenas suas finanças, mas o mundo inteiro. O Polymarket, e o mundo, terão sua resposta até o dia 31 de dezembro.
Esse Milhares fazem aposta de que Jesus Cristo voltará em 2025, pois teoria bizarra prevê o Segundo Advento foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.