
Esposa e filhos de suspeito foram detidos por agentes de imigração e tiveram vistos revogados. Homem lançou coquetéis molotov contra multidão que fazia ato de apoio a reféns israelenses. FBI investiga caso como ataque terrorista. FBI apura possível ataque terrorista em cidade do Colorado, nos EUA
O governo Trump prendeu na terça-feira (3) a família do autor de um ataque com coquetéis molotov a multidão que fazia manifestação em apoio a reféns israelenses, no Colorado, nos EUA, no fim de semana. A Casa Branca afirmou que está planejando uma rápida deportação do homem, um egípcio imigrante ilegal, de sua esposa e seus cinco filhos.
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Os familiares do egípcio tiveram seus vistos revogados e podem ser deportados a qualquer momento, segundo a Casa Branca. Eles foram presos por agentes de imigração por serem investigados se sabiam sobre o ataque ou se prestaram alguma ajuda ao homem, afirmou a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem. O governo dos EUA chamou o caso de ataque incendiário antissemita.
No ataque de domingo (1º), o suspeito jogou coquetéis molotov contra pessoas que faziam ato na cidade de Boulder em apoio aos reféns israelenses do grupo terrorista Hamas, em Gaza. No total, 12 pessoas ficaram feridas, algumas em estado grave. O homem confessou às autoridades ter como objetivo matar todos os 20 manifestantes e que planejou durante um ano o ataque. (Leia mais sobre o caso abaixo)
É raro que familiares de uma pessoa acusada de um crime sejam detidos e ameaçados de deportação dessa forma. A prisão da família do homem chocou advogados americanos. O FBI investiga o caso como ataque terrorista, e acusou formalmente o autor de cometer crime de ódio.
O ataque
Polícia apura ato de terrorismo em Colorado
Colorado Sun via ZUMA Press Wire/Reuters
Um homem lançou coquetéis molotov contra pessoas que participavam de uma caminhada, no último domingo (1º) em memória dos reféns israelenses que ainda estão em Gaza. O ataque ocorreu em Boulder, no estado do Colorado, nos Estados Unidos.
O diretor do FBI, Kash Patel, afirmou que a agência está investigando o incidente como um ataque terrorista.
O suspeito foi detido na cena do crime e confessou o ataque. Segundo o Departamento de Justiça americano, o homem se disfarçou de jardineiro para chegar perto da multidão e gritou “Palestina Livre”, durante o ataque. “Claramente foi um ataque direcionado”, disseram autoridades.
Ele carregava 18 coquetéis molotov em sua mochila, mas usou apenas dois deles porque, segundo depoimento do suspeito, “ficou com medo e nunca havia machucado ninguém antes”.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, repudiou o ataque e afirmou que os integrantes do grupo foram atacados “simplesmente por serem judeus” e que confiava que as autoridades dos EUA puniriam o autor “com todo o rigor da lei”.
As vítimas, entre 52 e 88 anos, tiveram queimaduras e algumas ficaram em estado grave. Dois dos feridos tiveram que ser resgatados de helicóptero.
A organização do evento, o grupo “Run for Their Lives”, disse em um comunicado que a caminhada ocorre semanalmente “sem nenhum incidente violento, até hoje”.
Diversos políticos dos EUA também repudiaram o ataque. O líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, um proeminente democrata judeu, afirmou que se tratava de um ataque antissemita “horrível” e que é preciso combater o antissemitismo.
O caso ocorre poucas semanas após a prisão de um homem acusado de matar dois funcionários da embaixada de Israel em Washington, D.C. Ele abriu fogo contra um grupo que deixava um evento promovido pelo Comitê Judaico Americano, organização que combate o antissemitismo e apoia Israel.