
A equipe de reportagem do Acorda Cidade foi acionada pelos moradores da Rua Adriano Araújo da Silva, no bairro Parque Panorama, em Feira de Santana, para falar sobre um problema que vem causando transtornos no local. Uma tubulação da rede de esgoto que aparentemente estourou e toda a água suja tem sido despejada na rua, além de invadir as residências.

O presidente da Associação de Moradores, Edimilson dos Santos, conhece bem o bairro e informou que o problema é antigo e todo ano, principalmente durante períodos de chuva, situações como essa acabam acontecendo.
“Já não basta o alagamento que a gente tem aqui na rua toda vez que chove, agora a rede de esgoto explodiu, toda a tubulação, entupiu tudo. Os moradores estão se vendo doidos com as casas cheias de fezes, rato, barata. Nós temos uma moradora aqui que foi obrigada a deixar a casa dela porque as fezes invadiram.”

Edimilson explicou que a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) já esteve no local algumas vezes, mas disseram que o problema não tinha solução.
“A gente quer uma resposta da Embasa. Todas as ruas daqui do Parque Panorama estão em estado de calamidade, de tantas fezes na rua. As crianças pisando em fezes, a gente não está podendo mandar as crianças para o colégio porque não pode sair de casa, tudo alagado, com água de fezes. Então, se eles saírem de casa, a situação vai ser pior.” explicou ao Acorda Cidade.

Cleusa Maria Cerqueira reside no local há 28 anos. Segundo ela, a situação só pode ser resolvida quando corrigir a raiz do problema. “Esse problema foi causado por conta de uma obra mal feita nos bairros vizinhos. Fizeram a obra e não deram lugar para essa água escoar. Não tem vazão. A água entra onde ela acha, no lugar mais baixo.”
Cleusa falou também sobre as dificuldades enfrentadas durante as chuvas. “A água nos atinge, nós somos obrigados a sair de casa. No ano passado deu um metro e meio na casa de alguns moradores, na minha não deu essa quantidade, mas alagou também. E agora nós estamos sofrendo com a situação dos esgotos, onde nós temos crianças recém-nascidas, temos idosos doentes, e esse mau cheiro está piorando cada dia mais. Nós pagamos por tudo isso, pagamos esgoto, pagamos o nosso IPTU, então nós queremos a solução para o que nós temos direito”.
Jean Michel, morador que entrou em contato com a reportagem do Acorda Cidade, relata que já foram realizadas reuniões com a prefeitura, que se comprometeu a resolver a situação, mas até agora não tiveram retorno, e com o último acontecimento viver na rua ficou mais difícil ainda.

“Nós tivemos uma reunião com o prefeito há alguns meses e ele nos garantiu, que ia realizar a obra aqui em nosso bairro para solucionar definitivamente o problema. Se passaram alguns meses, ontem foi apresentado um requerimento na Câmara, porém, o projeto não foi aprovado. Mas como nós contamos aí com a sensibilidade do prefeito, nós pedimos a ele que nos dê uma satisfação. Que se puder também fazer uma visita para ver a nossa situação. Porque a gente continua naquela, né? Não dorme, e quando um dorme o outro fica de vigia.”, relatou Jean.
Com o problema, Elaine Melo, que mora a menos tempo na rua, já relata que teve diversos prejuízos. “Eu vou fazer quatro anos aqui na rua, nesses quatro anos foi bem complicado, porque a gente sofre com a enchente todo ano. Aí agora teve essa situação do esgoto e minha casa foi a principal atingida porque a água invadiu. A gente está bem numa situação, sem contar as doenças, né? Que a gente está aí sujeito.”
A moradora Graça Almeida Miranda, vive no local desde 1959, e segundo ela desde aquela época a situação já era essa. “Era mato e a gente já tinha esse problema de enchente, nós moradores ficamos sem nada, a enchente levou tudo. Quando a gente pensa que tudo melhorou um pouco, agora vem essas fezes, a gente dá descarga, a descarga não desce, sobe e fica o mau cheiro no quintal. Ou a gente abandona as casas ou as autoridades vêm agir e ver de perto.”
O que diz a Embasa
A Embasa informa que equipes da empresa já estão em campo atuando para desobstrução da rede de esgoto na Rua Adriano Araújo Silva, no Panorama. Esclarecemos que o problema tem relação com o lançamento indevido de águas pluviais (de chuva) na rede coletora de esgoto, que é projetada exclusivamente para a destinação de esgoto doméstico. Esse tipo de uso indevido sobrecarrega o sistema e contribui para obstruções e extravasamentos.
O Acorda Cidade também entrou em contato com a Secretaria de Obras e Manutenções (Soma) e aguarda retorno sobre a situação.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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