
Os três policiais militares suspeitos de matarem o jovem Kaylan Ladário os Santos, de 17 anos, após jogá-lo da Segunda Ponte, passam por audiência de custódia nesta quinta-feira (05). A informação foi confirmada ao Folha Vitória pela família de Kaylan.
O cabo Franklin Castão Pereira, o soldado Luan Eduardo Pompermaier Silva e o soldado Leonardo Gonçalves Machado foram indiciados por homicídio qualificado e estão presos no Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar, em Vitória.
O caso tramita em segredo de Justiça, mas a defesa de Kaylan já protocolou processo para a retirada de sigilo. A defesa do jovem e da família estará presente na audiência.
Os três militares foram denunciados pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) por homicídio qualificado, em razão da impossibilidade de defesa da vítima, e a investigação segue na Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à pessoa (DHPP) de Cariacica.

Mãe pede por justiça
Em entrevista à TV Vitória/Record, a mãe de Kaylan, Leicester Ladário, pede por justiça. “Eu quero que eles sejam presos, sejam privados de liberdade, porque meu filho foi privado da vida”, contou.
Conflito de versões
O caso aconteceu no dia 18 de fevereiro, quando o adolescente foi abordado pelos policiais no bairro Aparecida, em Cariacica, porque tinha um mandado de apreensão em aberto.
Ele foi levado para a Delegacia Especializada do Adolescente em Conflito com a Lei (Deacle), no Centro de Vitória, mas estava com o mandado vencido.
O delegado em questão orientou os policiais a levarem o adolescente de volta para casa, em Cariacica. No trajeto da volta, o jovem desapareceu e foi encontrado morto no dia seguinte, na orla de Cariacica.
Na época, os policiais contaram que o adolescente teria fugido da viatura. Meses após o caso, no entanto, a investigação pela Polícia Civil e pela Corregedoria da corporação dá conta de que os policiais foram responsáveis pela morte do menino, jogando Kaylan da Segunda Ponte.
De acordo com as investigações, existe um vídeo que mostra o momento do crime e as imagens foram, inclusive, vistas pela mãe da vítima. O material não foi divulgado para a reportagem.
O espaço segue aberto para a defesa dos policiais investigados.