
As bikes elétricas têm aparecido cada vez mais nas ruas do Espírito Santo, seja pelas promessas de economia, conforto ou pela possibilidade de driblar o tráfego do dia a dia. De acordo com dados da Associação Brasileira do Setor de Bicicleta (Aliança Bike), em 2023 (ano de estudo mais recente), o mercado de bikes teve faturamento de mais de R$ 500 milhões.
Além disso, o vereador de Vitória, Aylton Dadalto, responsável pelo Projeto de Lei da regulamentação de bicicletas elétricas, disse que, até o final do mês de maio, eram nove mil desses veículos no ES. Não há dados oficiais sobre a quantidade desses veículos no ES.
Por causa do crescimento dos veículos no Brasil e no ES, o Folha Vitória procurou lojistas e usuários dos produtos para saber quais são os custos das bikes elétricas.

O que dizem os usuários
Lucas Castellan, de 25 anos, é diretor de arte e adquiriu o veículo de marca StreetGO, modelo S17 há mais ou menos dois meses. Ele conta que anteriormente utilizava, principalmente, patinete elétrico e carros de aplicativo. Isso significava um gasto mensal de R$ 500,00.
A bicicleta elétrica custou cerca de R$ 8 mil. E nesse sentido, ele espera recuperar o investimento em até dois anos, uma vez que dificilmente precisará de outro meio de transporte.
Já a analista de marketing Maraísa Massoli, de 28 anos, tem bike elétrica desde o início do ano. Ela mora em Itaparica, Vila Velha, porém trabalha em Vitória. Por isso, ela gastava entre R$ 20,00 e R$ 30,00 diariamente no trajeto, além do trânsito que a fazia ficar parada por quase uma hora.

Ela não teve nenhum custo ao comprar a bike, já que ganhou o veículo em um sorteio na empresa que trabalha. “Eu queria muito comprar essa bike elétrica. Tanto é que eu já estava juntando dinheiro há alguns meses. E em dezembro na festa da firma teve sorteio de prêmios. E eles anunciaram que iam sortear duas bikes elétricas”, contou Maraísa.
Porém, ela disse que o preço médio que iria pagar era entre R$ 8 mil a R$ 10 mil. Ela também afirma que percebeu uma economia significativa, tanto em gastos quanto em tempo, já que ela não fica muito tempo parada no trânsito. O veículo que ela ganhou era exatamente da marca e modelo que ela desejava, Inow V20.
Impacto na energia elétrica
Ambos afirmaram que o impacto na conta de luz foi mínimo, entre R$ 20,00 e R$ 30,00 por mês e que tiveram poucos custos extras. Maraísa também conta que a bike a estimulou a experimentar mais a cidade em que mora.
“O uso da bike me influenciou, na verdade, a explorar mais a cidade. Eu vou muito para a Ponte da Madalena. Gosto muito de ter essa liberdade de andar. Por exemplo, vou na casa do meu namorado, vou à orla andar de bike. É uma sensação muito libertadora e prazerosa”, completou a analista.

O que dizem os lojistas
As lojas explicaram algumas especificações dos veículos, como bateria, quantos quilômetros por recarga, itens para manutenção e modelos mais vendidos.
A loja Celeiro Bike Shop, em Vila Velha, informou que a autonomia varia de modelo para modelo, mas que, em média, as bicicletas fazem 50 km por recarga. Eles informaram que alguns modelos chegam até 100 km, mas que isso varia dependendo do peso do ciclista, do tipo de terreno e do nível de assistência elétrica utilizado.
Já a Multibike, também da cidade de Vila Velha, afirmou que a autonomia da bateria varia dos 25 km a 120 km. Lojistas da Inow, de Vitória, disseram que são 60 km por recarga e da Gotrix, de Vila Velha, informaram que existem muitos modelos, alguns fazem 50 km, outros 60 km, mas alguns chegam a 100 km.

Além disso, as lojas informaram o tempo de recarga da bateria, que varia entre 4 a 8 horas. Do mesmo modo, o tempo de vida das baterias também pode mudar dependendo do modelo. A Multibike, por exemplo, afirmou que a bateria dura de 2,5 a 3 anos, com a troca podendo custar cerca de R$ 1.500,00. Já a Gotrix disse que as baterias podem durar até 5 anos e custam em torno de R$ 2 a 3 mil.
Os lojistas da Celeiro e da Inow disseram que a vida útil da bateria depende da conservação e do tanto que o usuário carrega sua bike. A loja da capital frisou que, carregando todos os dias, a bateria pode durar cerca de 2 anos. Porém, se o usuário carregar menos, pode chegar a 4 anos de duração.
Algumas peças podem precisar de manutenção ao longo do tempo. Por exemplo, as pastilhas de freio, as câmaras de ar bem como os pneus. O valor dessas peças varia dependendo do quão desgastadas estão.
Modelos mais vendidos
As lojas também informaram quais são os modelos e marcas mais vendidas de cada local.
“Os modelos mais vendidos são mais versáteis, que levam mais de uma pessoa (tem banco extra/garupa) e modelos que possibilitam instalação de cadeirinha para crianças e bebês”, afirmou a Celeiro. Esses modelos equivalem aos veículos CB-10 com banco extra, que custa R$ 10.999,00 e CB-10 PRO (com 2 amortecedores traseiros), no valor de R$ 11.299,00.
A Multibike disse que a principal escolha dos clientes é por melhor custo benefício. Nesse sentido, os modelos mais vendidos são Ouxi H9, Ouxi V8 e Ouxi V8 Pro, que variam entre R$ 7.500,00 e R$ 9.500,00.
Os lojistas da Inow, também frisaram que os modelos que carregam duas pessoas são os mais procurados e custam entre R$ 9.500,00 e R$ 11.500,00. A Gotrix disse que os veículos mais vendidos são a V8 e a X11, com valor R$ 8 mil e 10 mil. As justificativas são a autonomia, a resistência e o conforto delas.

Lojas | Autonomia | Recarga da Bateria | Duração da bateria | Preço da bateria | Modelos e valores |
Multibike | 25 km a 120 km | 6 a 8 horas | 2,5 a 3 anos | R$ 1.500,00 | Ouxi H9, Ouxi V8 e Ouxi V8 Pro, com preços entre R$ 7.500,00 e R$ 9.500,00 |
Inow | 60 km por recarga | 6 a 8 horas | 2 a 4 anos | Varia dependendo do modelo | V20 – R$ 12.842,00 V9 – R$ 12.066,00 |
Celeiro | 50 km por recarga | 4 a 6 horas | Depende do usuário | Varia dependendo do modelo | CB-10 – R$ 10.999,00 CB-10 PRO – R$ 11.299,00 |
Gotrix | 50 km a 100 km | 6 a 8 horas | 5 anos | R$ 2 a 3 mil | V8 – R$ 9.999,99 X11 – R$ 15.399,99 |
*Alguns dados foram retirados dos sites das lojas.
*Texto sob a supervisão do editor Edu Kopernick