Israel intercepta barco humanitário rumo a Gaza com Greta Thunberg a bordo

Jerusalém — 9 de junho de 2025 — Forças navais de Israel interceptaram e abordaram na madrugada de segunda-feira o Madleen, veleiro da Flotilha da Liberdade que seguia com ajuda humanitária para Gaza. A bordo estavam 12 ativistas internacionais, incluindo a jovem ativista sueca Greta Thunberg e a eurodeputada Rima Hassan, da França.

A operação ocorreu em águas internacionais, cerca de 185 quilômetros da Faixa de Gaza. Israel justificou a ação com base no bloqueio naval vigente desde 2007, anunciado como legal sob o direito internacional, afirmando que o barco representava um risco de fornecimento a grupos como o Hamas. A Marinha israelense descreveu a aeronave como um “iate de selfies”, enquanto os ativistas alegam que se tratou de um “sequestro ilegal”.

Todos os ocupantes foram detidos e estão a caminho do porto israelense de Ashdod, de onde deverão ser deportados. O governo israelense declarou que os suprimentos — contendo itens simbólicos como arroz e leite em pó — serão entregues em Gaza por canais oficiais.

Reações internacionais e disputas legais

  • O Ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, sustentou que o grupo apoiava o Hamas e justificou a interceptação como necessária para impedir possível contrabando.
  • Governos da França, Espanha e Suécia têm pressionado diplomática e consularmente pela segurança dos seus cidadãos.
  • Organizações de direitos humanos, como Adalah e CAIR, criticaram a operação como violar o direito internacional, inclusive acusando Israel de delito de pirataria de Estado.
  • O Hamas classificou o ato como “terrorismo de Estado” e exigiu a libertação imediata dos ativistas.
  • A ONU advertiu que tais ações podem comprometer o acesso humanitário e exigiu novas rotas seguras para transferências humanitárias.

Contexto e repercussões

O incidente revive memórias do fatídico raide de 2010, quando forças israelenses abordaram a Flotilha Gaza e instalaram um precedente para confrontos marítimos com graves consequências. Embora o material a bordo tenha caráter simbólico, o Madleen representava uma denúncia pública contra o bloqueio e a gravíssima situação humanitária em Gaza.

Com Gaza em colapso político, econômico e humanitário — com mais de 54 mil mortos e quase meio milhão em risco de fome — a interceptação reacende o debate sobre os meios de entrega de ajuda ao território sitiado.

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