
Um alto representante russo trouxe à tona palavras que ecoam um temor global durante as difíceis negociações pela paz na Ucrânia. Vladimir Medinsky, assessor direto do presidente Vladimir Putin e chefe da delegação russa nos diálogos, fez uma declaração impactante nesta segunda-feira, 9 de junho. Segundo a agência estatal Tass, Medinsky alertou que a Rússia poderia considerar o uso de armas nucleares em uma situação específica.
Qual seria esse cenário? Medinsky afirmou que se o conflito atual fosse apenas pausado com uma trégua, e não resolvido definitivamente com um tratado de paz, a Ucrânia acabaria entrando na aliança militar OTAN. Posteriormente, essa Ucrânia fortalecida pela OTAN tentaria retomar os territórios atualmente ocupados pela Rússia.
Foi sobre essa hipótese que Medinsky foi taxativo: “Isso será o fim do planeta, será uma guerra nuclear”. Ele usou o exemplo da região de Nagorno-Karabakh, disputada por Armênia e Azerbaijão, como um modelo do que não deseja – um conflito congelado que pode reacender.
Apesar da gravidade da ameaça, Medinsky argumentou que a Rússia não quer criar as condições para uma guerra nuclear. Ele apresentou a solução proposta por Moscou: parar as hostilidades imediatamente e estabelecer uma “paz completa”. Essa paz, na visão russa, exige que o Ocidente e a Ucrânia reconheçam formalmente os novos limites territoriais controlados pelas tropas russas, que hoje somam cerca de 20% do território ucraniano – uma área equivalente a quase quatro vezes o estado do Rio de Janeiro.
As exigências russas para acabar com a guerra, que já dura mais de dois anos, são claras. Além do reconhecimento dos territórios ocupados, Vladimir Putin quer garantias escritas dos líderes ocidentais de que a OTAN não se expandirá mais para o leste europeu. Outra condição fundamental é a suspensão de pelo menos parte das duras sanções econômicas impostas contra a Rússia.
Na semana passada, durante conversas na Turquia, a Rússia apresentou um documento formal, chamado por eles de memorando de paz. Este documento formaliza a exigência de controle sobre as regiões ocupadas. No entanto, a resposta ucraniana foi rápida e firme.
O presidente Volodymyr Zelensky rejeitou veementemente o documento russo, classificando-o não como um memorando de entendimento, mas como um ultimato. “Um memorando de entendimento deve ser assinado por duas partes, não apenas uma parte exigindo algo”, declarou Zelensky à imprensa internacional. Para Kiev, aceitar essas condições significaria legitimar a conquista militar russa.
Enquanto o caminho para um cessar-fogo permanente ou um acordo de paz parece bloqueado por diferenças intransponíveis, houve um sinal de cooperação prática entre os lados. Nesta mesma segunda-feira, 9 de junho, Rússia e Ucrânia concluíram com sucesso uma troca de prisioneiros de guerra.
O Ministério da Defesa russo afirmou que o mesmo número de combatentes foi libertado por cada lado, embora o número exato não tenha sido divulgado publicamente. O presidente Zelensky anunciou que novas trocas estão planejadas para os próximos dias. Medinsky havia informado anteriormente que uma primeira lista contendo 640 nomes de prisioneiros de guerra russos havia sido enviada para a Ucrânia, indicando um processo contínuo, mesmo em meio ao impasse diplomático sobre o futuro dos territórios e a sombra da ameaça nuclear.
Esse “Será o fim do planeta”: Rússia ameaça uso de bombas nucleares se Ucrânia tentar reaver territórios ocupados foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.