
Os motoristas do sistema Transcol paralisaram as atividades, no início da manhã desta terça-feira (10), em protesto pela morte de um rodoviário na noite de segunda-feira (09), em Cariacica.
Com a circulação de ônibus suspensa, os pontos de ônibus pelas ruas e avenidas da Grande Vitória ficaram lotados de passageiros. Os terminais ficaram sem os veículos, pois eles foram retidos nas garagens das empresas.
O presidente do Sindicato dos Rodoviários (Sindirodoviários-ES), Marcos Alexandre, afirmou que, após a morte do trabalhador, os demais profissionais ficaram indignados e com medo porque não há linha de ônibus que passe perto da garagem. Segundo ele, o local onde a garagem está situada é ermo.
“O trabalhador tem que andar quase dois quilômetros e não temos um policiamento ostensivo na região para dar conforto aos companheiros. Um tempo atrás um colega foi atacado com facão e, agora, a morte do nosso colega”, afirmou ele.
Marcos Alexandre disse que vai se reunir com os rodoviários e, logo depois, determinar que os ônibus voltem a circular. O presidente reconhece que a população não merece os transtornos causados pela paralisação.
“Enquanto tirar sangue de um amigo nosso, vamos parar sim. Nós vamos fazer protesto e reivindicar, porque não pode a gente ver colega nosso sendo morto, porque a gente não está aqui para isso. Somos trabalhadores e pais de família”, declarou.
“Atitude irresponsável que prejudica a população”, critica secretário
Em entrevista ao vivo no ES no Ar, o secretário estadual de Mobilidade, Fábio Damasceno, informou que a paralisação começou por volta das 3 horas, desta terça-feira (10), com a suspensão da circulação dos ônibus da madrugada.
O gestor ressaltou que a paralisação não tem relação com algum fato ocorrido no sistema Transcol, mas com uma questão de segurança pública. Damasceno informou que a polícia está apurando o assassinato do manobrista.
“Não podemos ter esse tipo de atitude irresponsável, que prejudica tanto a nossa população. São pessoas que precisam ir ao médico, precisam estudar, pessoas que vão perder o o dia de trabalho. A gente não pode deixar esse tipo de situação acontecer”, afirmou.
Damasceno lamentou a morte do trabalhador e disse que está em contato com o sindicato para que a paralisação seja encerrada. Também é feito contato com as empresas que operam o sistema.
“Queremos entrar com ação judicial para que agente possa retornar com o serviço o mais rápido possível”, declarou.
Manobrista é morto ao chegar para trabalhar
O manobrista Clóvis Brás Júnior, de 34 anos, foi morto ao chegar para trabalhar na empresa Santa Zita, no bairro São Francisco, em Cariacica.
Segundo testemunhas, Clóvis deixou o carro no estacionamento nas proximidades da viação, quando foi abordado pelo criminoso. O suspeito efetuou disparos, que atingiram o manobrista. A vítima morreu na hora.

No carro de Clóvis, ficaram marcas de alguns dos tiros disparados pelo criminoso, que fugiu após o crime.
O corpo do manobrista foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), em Vitória. O caso é investigado pela Polícia Civil