
Uma desilusão amorosa pode provocar infarto mesmo em pessoas 100% saudáveis. Segundo o médico cardiologista André Almeida, o fenômeno conhecido como síndrome de Takotsubo ou, popularmente, síndrome do coração partido, ocorre por conta de uma disfunção temporária no coração e frequentemente é desencadeada por situações de grande estresse físico ou emocional.

Almeida lembrou que o infarto, doença que, segundo o Ministério da Saúde, mata mais de 60 mil brasileiros por ano, é causado pela obstrução de artérias, que são um tipo de veia responsável pelo transporte de sangue para o coração. O entupimento geralmente ocorre pelo acúmulo de placas de gordura nas paredes dessas artérias. Além do fator biológico, o sedentarismo, a obesidade, o tabagismo e componentes genéticos influenciam os casos.

“Mas, mesmo não tendo essas características, ou seja, não tendo fator genético, não sendo fumante, não sendo diabético ou mesmo não tendo nenhum outro fator de risco, a pessoa pode infartar sim por conta de um grande trauma emocional. Isso pode ocorrer em pessoas que conviveram com terremotos, maremotos, tsunamis e até uma grande desilusão amorosa”, disse o cardiologista.
Em 2017, a revista Veja São Paulo repercutiu o caso de uma norte-americana que tinha 62 anos na época e apresentou a “síndrome do coração partido” após perder um animal de estimação. A mulher se queixava de dores no peito após a morte do animal. Depois da realização de um ecocardiograma, um tipo de exame de ultrassonografia do coração, os médicos constataram a síndrome.
Os sintomas do infarto
De acordo com o médico cardiologista, o principal sintoma de um infarto, doença também conhecida como ataque cardíaco, é uma dor forte na região central do peito, que pode surgir acompanhada de falta de ar (dificuldade para respirar), sensação de cansaço e suor frio. Mesmo sabendo que esses indicativos são mais comuns, Almeida fez um alerta para uma espécie de infarto silencioso.

“Tem pessoas que podem ter infarto sem sentir isso, sentindo apenas um mal-estar, popularmente, sentindo uma dor na boca do estômago, principalmente os pacientes diabéticos e as mulheres; pessoas desses grupos podem ter infarto sem necessariamente ter dor no peito.”, disse Almeida.
E aí, doutor?
O cardiologista reforçou que situações que colocam a pessoa diante de eventos muito chocantes, como um forte trauma amoroso ou um grande problema familiar, como a morte de um parente muito próximo ou muito querido, podem desencadear um infarto e que, diante de qualquer anormalidade no coração ou na região do peito, o ideal é sempre procurar um pronto-socorro.
“Imediatamente deve-se procurar um atendimento médico de urgência. Nesses casos, não é para ir para um consultório, seja para um ambulatório público, seja para um consultório privado. Nesses casos, é para ir para uma emergência, para uma UPA [Unidade de Pronto Atendimento], para um hospital onde tem um atendimento de emergência e você possa ser bem tratado e bem orientado”, concluiu o médico.
Com informações da jornalista Iasmim Santos do Acorda Cidade
Reportagem escrita pelo estagiário de jornalismo Jefferson Araújo sob supervisão da jornalista Andrea Trindade
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