A produção industrial do Espírito Santo apresentou resultados contrastantes em abril, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional (PIM-PF), divulgados pelo IBGE e compilados pelo Observatório da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes). Enquanto o resultado geral da indústria capixaba registrou uma retração de 3,5% na comparação com março, já com ajuste sazonal, segmentos como celulose e papel, além de petróleo e gás natural, tiveram desempenho positivo no período.
O destaque ficou por conta do setor de celulose e papel, que apresentou alta expressiva de 15,2%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela ausência de paradas programadas na unidade da Suzano no estado. “No primeiro trimestre, tivemos uma parada programada na linha C. A próxima está prevista apenas para o último trimestre, na linha B”, explicou a economista-chefe da Findes, Marília Silva.
IMPACTO DO CENÁRIO MACROECONÔMICO
De acordo com a economista, o desempenho da indústria no acumulado de janeiro a abril foi pressionado por fatores como inflação elevada, taxa de juros alta, incertezas no cenário internacional e paradas programadas em outras fábricas e unidades extrativas do estado.
O presidente da Findes, Paulo Baraona, destacou os desafios impostos pelas condições macroeconômicas. “O setor industrial vem se empenhando para continuar avançando, mas esbarramos no alto patamar dos juros. Taxas mais altas significam crédito mais caro para as empresas e os consumidores. No caso das empresas, isso inviabiliza investimentos e dificulta o acesso a recursos de capital de giro, por exemplo, essenciais para as necessidades do dia a dia”, afirmou.
Marília também chamou atenção para as incertezas relacionadas à política econômica dos Estados Unidos, especialmente sobre novas taxações de importações, que vêm afetando a confiança dos mercados. “Por ora, os dados de abril mostram que não houve impactos significativos, o que pode aliviar as tensões futuras”, observou.
Mesmo com os desafios, Baraona reforçou a força do setor industrial capixaba. “Estamos falando de mais de 20 mil indústrias que geram quase 273 mil empregos formais, de norte a sul do Estado. O setor é resiliente, aprende com os desafios e permanece firme na busca pelo crescimento socioeconômico do Espírito Santo”, concluiu.

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