
Dona Maria Poeta tem 88 anos e conta que precisou sair da escola aos 7 anos, mas guardou a paixão pela poesia e foi escrevendo ao longo da vida. Avó de Clara Moneke lança livro de poesias e participa de palestra na Bienal
A avó da atriz Clara Moneke lançou o livro Alma de Poeta, que é uma junção de dois livros amadores que ela publicou há anos, na Bienal do Livro. Dona Maria Poeta participou de uma palestra neste domingo (15) ao lado da neta.
Em uma entrevista para o g1, Maria de Lourdes Pereira Mariano, a Dona Maria Poeta, que tem 88 anos, contou que saiu muito cedo da escola, mas que sempre foi apaixonada pelas letras.
“Eu tive pouco estudo, meu pai trabalhava na fazenda e nós éramos muito pobres. Eu comecei a estudar e cedo, na segunda série, com 7 anos, eu já saí da escola. Eu sempre gostei, aos 6 escrevia versinhos para a minha professora”, relembra.
“Eu chorava muito, queria estudar, eu não entendia. A professora passava a mão na minha cabeça e dizia ‘essa menina vai longe’. Eu voltei a escrever talvez com uns 35 anos e ia guardando na gaveta”, relata.
Dona Maria Poeta
Redes sociais
Maria Poeta, nessa época, tinha vergonha de mostrar os escritos. As poesias só foram ser lidas muitos anos depois, depois que ela ficou viúva, com a ajuda de um professor na Caminhada da Terceira Idade.
“Meu professor me perguntou: ‘Dona Maria, qual seu talento?’. E eu respondi que nenhum. Ele falou: ‘tem alguma coisa aí escondida. A senhora não faz nada?’. Ai eu falei: ‘eu escrevo’”, conta ela sobre o processo.
📸Clique aqui e siga o perfil do RJ1 no Instagram!
✅Siga o canal do g1 Rio no WhatsApp e receba as notícias do Grande Rio direto no seu celular.
A partir daí, nasceu o primeiro livro, publicado de forma amadora: Versos e Trilhas. Depois da publicação, Dona Maria ficou muito doente – “quase morri”, como define a escritora.
O segundo livro foi escrito e publicado com a autora no leito. No ano passado veio a decisão de juntar os dois livros em um.
“Eu coloquei o nome Alma de Poeta porque era uma alma sufocada, uma pessoa sufocada, e essa alma tem me ajudado muito. Já tenho conteúdo para o próximo livro”, destaca.
“Eu nunca vim na Bienal nem como visitante. Hoje entro na Bienal como autora. Eu não tive tempo de sonhar, eu nunca sonhei, nunca pensei que eu sairia na Bienal. Hoje eu só agradeço a Deus e todos que se interessam pelo meu trabalho”, conclui.