Nos dias atuais, a velocidade das mudanças faz com que tenhamos a impressão de que o mundo está “girando rápido demais”. Vocês também têm a mesma percepção que eu? Como bem disse minha amiga Lien Mendes, “vivemos na chamada ‘Era Exponencial’, uma era em que a tecnologia avança mais rápido do que a nossa capacidade humana de adaptação”.
Essa aceleração ao mesmo tempo que traz conquistas notáveis em tecnologias disruptivas, IA regenerativa e novas formas de relacionamento intergeracionais (conforme escrevi em minha coluna de maio para o Portal Celulose), também cobra outros fatores invisíveis (cansaço psíquico, sensação de impotência e choque de identidade) afetando diretamente nossa capacidade de liderar.
Dentre várias definições de “liderança” a que mais defendo e pratiquei ao longo de minha longeva carreira como executivo, é o “processo de influenciar e motivar outras pessoas para alcançar objetivos comuns”. Ou seja, inspirar os seus liderados a entregarem “o seu melhor” trabalhando em direção a um objetivo compartilhado e que faça sentido e propósito para todas as pessoas de sua área de influência.
Diante das reflexões e provocações descritas acima, onde se insere o conceito de “liderança compassiva”? Na minha opinião, esta é a forma mais adequada para os líderes se ajustarem às cobranças, vulnerabilidades e necessidades do mundo corporativo atual.
Esta nova abordagem de liderança ficou muito clara e passou a fazer sentido para mim através de uma mentoria que nós, diretores executivos da Veracel Celulose, no último trimestre de 2023 (ainda na função de diretor de operações industriais à época), fizemos com a consultora e mentora de líderes, Lígia Costa e seu magnífico livro sobre Liderança Compassiva.
Nesta oportunidade, aprendemos que a liderança compassiva tem tudo a ver com: interconexões, humanidade, inclusão, coragem, presença e compaixão.
Desde então estes termos passaram a fazer parte – ainda mais – de minhas ações enquanto líder e gestor e os resultados surpreenderam a todos, via feedbacks recebidos e o “bem-estar” compartilhado entre nós.
Compartilho aqui, conforme extraído do referido livro de Lígia Costa:
DEZ ATITUDES DO LÍDER COMPASSIVO
- Presença: esteja no seu momento presente com seu corpo, a sua mente e a sua intenção. Dê valor a presença efetiva em qualquer relação entre pessoas;
- Escuta: disponibilize sua atenção plena para apenas ouvir, sem julgamentos. Faça “escuta ativa” e valorize este momento;
- Sinta: aprenda as diferentes maneiras de escuta e valorize aquela que envolve sentimentos. Valorize os sentimentos envolvidos;
- Tenha curiosidade: conheça seus liderados e suas histórias. Só assim você será capaz de gerenciar e atender às necessidades específicas de cada um, promovendo a inclusão. Conheça seus liderados pelo nome e suas famílias;
- Multiplique a conversa: seja exemplo e compartilhe o seu conhecimento. Impacte positivamente sendo quem você é e como você se expressa. Seja coerente e mostre legitimidade;
- Elogie: reconheça que a sua equipe se esforça e faz o melhor que ela pode oferecer. Ensine, oriente e dê o devido direcionamento para que o processo atinja a sua máxima potencialidade. Seja justo, sempre;
- Navegue entre as polaridades: você pode utilizar-se nas energias masculinas e femininas e potencializar suas virtudes e pontos de convergências. Valorize a pessoa que será seu liderado;
- Respire os seus valores: tenha conversas difíceis e posicione-se sempre que sentir desconforto;
- Pause: nem sempre você terá todas as respostas (estamos longe de termos todas as respostas, mas precisamos aprender a formular as melhores perguntas).
E tudo bem demonstrarmos nossas vulnerabilidades.
10. Tenha gratidão: seja capaz de agradecer sempre, em especial, pelos aprendizados e desafios.
Considero esta última atitude, uma das mais importantes pois a “gratidão é o sentimento mais próximo do amor genuíno entre pessoas”, segundo meu aprendizado de vida.
Portanto, aprender, praticar e compartilhar estas atitudes em nossas ações diárias como líderes de pessoas e equipes diversas, em qualquer ambiente organizacional, nos fortalecerá à uma liderança compassiva que indubitavelmente é o melhor caminho para uma liderança efetiva nos desafios que o mundo atual nos apresenta.
Pensem nisso, inicie uma prática diária incluindo estas atitudes em sua rotina de liderança e depois me diga, nos diversos canais de comunicação que podemos interagir, se estou certo ou equivocado na minha valorização sobre a liderança compassiva.
Abraços a todos e todas e até o próximo artigo.
O post Liderança compassiva: a forma mais adequada para os dias atuais ou mais uma forma de liderar? apareceu primeiro em Portal Celulose.