
Uma mancha que apareceu de repente? Uma pinta que mudou de cor? Pequenos sinais na pele podem ser o alerta para o melanoma, o câncer de pele mais agressivo e com maior risco de metástase.
O Junho Preto chama a atenção da população para o câncer de pele, com foco especial no melanoma. Embora represente apenas 2% dos diagnósticos, ele é responsável pela maioria das mortes relacionadas a doença.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil deve registrar cerca de 8.980 novos casos de melanoma por ano, com aproximadamente 1.832 mortes anuais atribuídas à doença.
Mas quando você deve começar a se preocupar?
O perigo da exposição à radiação ultravioleta
De acordo com Cintia Givigi, oncologista do Hospital Santa Rita, o melanoma é um tumor maligno que surge dos melanócitos, células responsáveis pela produção de pigmento na pele.
Pode se desenvolver em qualquer parte do corpo, inclusive em áreas não expostas ao sol. Sua principal causa é a exposição excessiva à radiação ultravioleta (UV), responsável por cerca de 86% dos casos.
Segundo ela, outros fatores de risco incluem histórico familiar, pele clara, presença de muitas pintas e queimaduras solares na infância.
Regra ABCDE para identificar lesões
Para facilitar a identificação de lesões que podem indicar melanoma, a especialista recomenda o sistema ABCDE, que orienta sobre características que merecem atenção. Entenda:
A – Assimetria: metade da pinta não corresponde à outra, diferente das pintas comuns, que são simétricas;
B – Bordas irregulares: bordas dentadas, chanfradas ou com sulcos, ao contrário das bordas lisas das pintas benignas;
C – Cor variada: presença de múltiplas cores, como diferentes tons de marrom, preto, vermelho, azul ou branco;
D – Diâmetro: lesões maiores que 6 milímetros são preocupantes, embora melanomas menores possam ser detectados com dermatoscópio;
E – Evolução: alterações no tamanho, forma, cor ou surgimento de sintomas como coceira e sangramento.
Cintia Givigi ainda alerta que é essencial procurar um especialista caso a pinta apresente duas ou mais destas características.
“O diagnóstico definitivo do melanoma é feito por biópsia. O tratamento inicial consiste na remoção cirúrgica ampla da lesão. Em casos avançados, são indicadas terapias sistêmicas, incluindo imunoterapia”, destaca.
Como se prevenir
A oncologista explica que algumas atitudes podem ajudar a prevenir o melanoma como o uso diário de protetor solar, roupas adequadas, evitar exposição solar intensa, especialmente entre 10h e 16h, e a realização de autoexames regulares da pele, observando a regra do ABCDE.
“O Junho Preto reforça a importância desses cuidados para diminuir a incidência e a mortalidade do melanoma”, completa a especialista.