Um levantamento recente conduzido pelo Instituto Locomotiva revelou um cenário alarmante: 61% dos apostadores no Brasil fizeram ao menos uma aposta em plataformas ilegais em 2025.
A pesquisa, realizada com 2.000 entrevistados, identificou que 73% dos apostadores utilizaram ao menos uma plataforma irregular, e 78% admitiram ter adotado práticas informalmente ligadas ao funcionamento de sites ilegais, como uso de cartão de crédito ou criptoativos e ausência de reconhecimento facial no cadastro.
Estes dados coincidem com estimativas divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), que apontam entre 41% e 51% do mercado brasileiro de apostas dominado pela ilegalidade. Em termos de arrecadação, esse número representaria uma perda anual estimada em até R$ 40 bilhões em impostos.
O crescimento das apostas esportivas no país é intimamente ligado ao futebol. De acordo com dados divulgados pela bet KTO, a modalidade é o esporte preferido entre os brasileiros também para os palpites online, superando por larga margem opções como basquete e tênis..
Em março de 2025, o futebol representou 73,43% do volume de usuários ativos e 85,10% das entradas feitas na plataforma. Dentro da modalidade, a escolha mais popular ficou com as apostas 1×2, que representou 34,77% dos palpites, seguida de longe pelo total de gols (9,7%).
Bet apps são peça-chave no combate à ilegalidade
Apesar da regulamentação do setor de apostas no Brasil ter avançado desde a entrada em vigor da Lei nº 14.790/23, um dos principais entraves para a canalização do mercado para a legalidade é a ausência dos bet apps nas lojas oficiais, como Google Play e Apple Store.
A Associação Brasileira de Bets e Fantasy Sport (ABFS) encaminhou pedido ao Ministério da Fazenda para que pressione as gigantes tecnológicas a permitir a entrada de aplicativos de empresas regulamentadas. Segundo a entidade, mais de 70% das receitas globais do setor vêm de dispositivos móveis, tanto em esportes, quanto em cassinos online.
A justificativa é que a presença dos bet apps nas lojas oficiais criaria um ambiente de confiança para os usuários, com verificação de licenciamento e maior segurança operacional.
A falta de clareza entre plataformas legais e ilegais foi apontada como um fator crítico na pesquisa do Instituto Locomotiva: 78% dos entrevistados disseram não saber distinguir quais sites estão autorizados a operar no país. Além disso, dificultaria a atuação dos chamados “sites espelho”, as versões clonadas de sites bloqueados, que burlam o sistema governamental utilizando novos domínios.
O Ministério da Fazenda endossou a proposta das operadoras legais. Em nota oficial, a pasta afirmou que o uso de bet apps regulados nas lojas oficiais representa “uma ferramenta positiva no enfrentamento ao mercado ilegal”.
A pressão vem também do Congresso Nacional. Durante audiência pública na Câmara dos Deputados, diversos debatedores pediram regulamentação das redes sociais e maior engajamento das big techs. O deputado Bacelar (PV-BA) destacou que já foram realizados mais de 12 mil bloqueios de sites ilegais, mas que isso tem sido “enxugar gelo” diante da proliferação desenfreada de novas plataformas.
A pesquisa do Instituto Locomotiva também revela amplo apoio popular ao combate às apostas ilegais: 87% dos entrevistados concordam que o poder público deve agir contra essas plataformas. Contar com os bet apps nas lojas oficiais poderia, assim, não apenas melhorar a experiência do usuário, mas ao mesmo tempo fortalecer a arrecadação pública e proteger os consumidores contra fraudes.
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