A Aviação Naval da China vive uma transformação profunda e acelerada, marcada pelo rápido desenvolvimento de aeronaves embarcadas modernas e pela construção de uma nova geração de porta-aviões de alta capacidade. Em pouco mais de uma década, a Marinha do Exército de Libertação Popular (PLA Navy) deixou para trás uma frota incipiente para se tornar um competidor global com ambições claras de desafiar o domínio dos EUA no Pacífico.
O progresso é notável tanto em termos de cronograma quanto de complexidade tecnológica. Nenhum dos principais modelos de aeronaves navais hoje em testes finais ou produção inicial de baixa cadência (LRIP) — como os caças furtivos J-35, os multirole J-15T, os modelos de guerra eletrônica J-15D/DT e o avião de alerta antecipado KJ-600 — possuía protótipos de engenharia e desenvolvimento (EMD) antes de 2018. Ainda assim, todos avançaram de forma quase simultânea, evidenciando um gerenciamento de programa altamente coordenado e eficiente.



Esse esforço é ainda mais impressionante considerando o estágio de evolução do sistema de porta-aviões chinês. Do convencional Liaoning (CV-16) ao Shandong (CV-17) com melhorias incrementais, até o ultramoderno Fujian CV-18 com catapultas eletromagnéticas (EMALS), a China está rapidamente dominando as transições de operações STOBAR (decolagem curta e recuperação assistida por cabos) para CATOBAR (decolagem com catapulta e recuperação assistida por cabos), um salto que exige profundas mudanças em doutrina, treinamento, engenharia e logística.

Além das aeronaves de asa fixa, a PLAN avança no desenvolvimento de helicópteros navais como o Z-20F e o Z-20J, e de veículos aéreos de combate não tripulados (UCAVs) furtivos, como o GJ-11J — projetado para operações embarcadas. O acúmulo paralelo de capacidades em aeronaves tripuladas e não tripuladas embarcadas reforça a visão chinesa de um sistema aéreo embarcado moderno e integrado, capaz de sustentar operações de combate intensas em ambientes contestados.

Do ponto de vista doutrinário, a Marinha Chinesa também teve que desenvolver do zero suas táticas, técnicas e procedimentos (TTPs) de aviação embarcada. Construir uma doutrina robusta, treinar tripulações e integrar meios diversos à operação em porta-aviões é uma tarefa monumental. No entanto, a China que já conta com uma capacidade operacional inicial dupla baseada em STOBAR, considerada a base para operações CATOBAR de maior envergadura no futuro próximo.
Esse avanço na aviação embarcada foi paralelo à modernização do restante da frota de superfície. Há apenas 15 anos, a capacidade de defesa aérea da frota era praticamente nula, limitada a dois destróieres 052C.
Hoje, a PLAN opera dezenas de destróieres Type 052D e 055 com avançados sistemas de defesa antiaérea e mísseis de cruzeiro de longo alcance — elementos essenciais para escoltar seus novos porta-aviões em missões de projeção de poder.

O esforço chinês para desenvolver simultaneamente novas aeronaves, navios de escolta, infraestrutura de apoio e doutrina operacional mostra um planejamento de longo prazo coeso e ambicioso. Se ainda há escala a ser atingida, a trajetória da PLAN revela que a China está bem posicionada para consolidar sua presença como potência naval de primeira linha nas próximas décadas.
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