Pentágono divulga detalhes por trás do ataque “secreto” ao Irã e como bombardeiros viajaram “sem que o mundo soubesse”

Pentágono divulga detalhes por trás do ataque "secreto" ao Irã e como bombardeiros viajaram "sem que o mundo soubesse"

Na madrugada de sábado, enquanto muitos dormiam, um espetáculo de tecnologia militar e estratégia complexa se desenrolou nos céus do Oriente Médio. O Pentágono revelou os detalhes da audaciosa Operação Midnight Hammer (Martelo da Meia-Noite), uma investida aérea massiva contra três instalações nucleares iranianas consideradas vitais: Fordow, Natanz e Esfahan.

O ataque começou pontualmente às 17h00, Horário do Leste dos EUA, o que equivalia à 0h30 da madrugada no fuso horário local do Irã. Os últimos mísseis atingiram seus alvos por volta das 19h05 (Horário do Leste), já 2h35 no Irã.

O Presidente Donald Trump, em suas redes sociais e num pronunciamento, declarou a ação como um sucesso absoluto, afirmando que as instalações chave de enriquecimento nuclear iranianas foram “completamente e totalmente obliteradas”.

Autoridades iranianas, contudo, confirmaram os ataques mas negaram danos significativos, classificando o ato norte-americano como “extremamente perigoso, ilegal e criminoso”, prometendo “consequências eternas”.

Trump anunciou inicialmente os ataques no Truth Social

Trump anunciou inicialmente os ataques no Truth Social

Os B-2 Entram em Cena

A peça central da operação foram os icônicos bombardeiros furtivos B-2 Spirit. O Secretário de Defesa Pete Hegseth fez questão de destacar a natureza “histórica” da missão, alegando que as aeronaves entraram e saíram do espaço aéreo iraniano sem serem detectadas: “Nossos B-2s entraram e saíram desses locais nucleares, entraram e saíram e voltaram sem que o mundo soubesse de nada”.

Essa afirmação, porém, gerou imediata controvérsia. Horas antes e durante o ataque, dezenas de pessoas nas redes sociais, especialmente no X (antigo Twitter), postaram vídeos e relatos dos próprios B-2 sobrevoando regiões. “Como é furtivo e invisível se pessoas aleatórias os veem e postam?”, questionou um usuário. Outro ironizou: “‘Furtivo’ enquanto o mundo inteiro sabe”. O Pentágono não comentou especificamente essas filmagens.

O Plano Intrincado do “Martelo da Meia-Noite”

O secretário de Defesa, Pete Hegseth, realizou uma coletiva de imprensa após os ataques aéreos dos EUA ao Irã

O secretário de Defesa, Pete Hegseth, realizou uma coletiva de imprensa após os ataques aéreos dos EUA ao Irã

O General Dan Caine, Chefe do Estado-Maior Conjunto, desvendou a complexa engrenagem da operação, que envolveu muito mais do que os bombardeiros furtivos. Tudo começou na noite de sexta-feira, horário dos EUA, com a decolagem dos B-2 do território continental norte-americano.

O trajeto até o Irã levou impressionantes 18 horas, exigindo múltiplos reabastecimentos em pleno voo. Para manter o elemento surpresa, uma parte significativa da força aérea (o “pacote de ataque”) tomou uma rota deliberadamente enganosa.

“Parte do pacote seguiu para o oeste e em direção ao Pacífico como uma isca”, explicou Caine, revelando que este plano de decepção era conhecido apenas por um número extremamente pequeno de planejadores e líderes em Washington e Tampa.

Enquanto o grosso da força se aproximava do Irã, outra peça do tabuleiro era movimentada. Por volta das 17h00 (Horário do Leste), um submarino de mísseis guiados dos EUA, posicionado na área de responsabilidade do Comando Central, lançou mais de duas dúzias de mísseis de cruzeiro Tomahawk contra alvos de infraestrutura de superfície em Esfahan.

Este ataque coincidiu com a entrada do pacote aéreo principal no espaço aéreo iraniano, criando distração e confusão. Ataques preventivos de supressão foram realizados por caças de quarta e quinta geração que varriam à frente dos bombardeiros, em alta altitude e velocidade, prontos para neutralizar qualquer ameaça de caças ou mísseis terra-ar iranianos. Esta “força de proteção” garantiu o caminho livre para os B-2.

Os ataques fizeram parte da “Operação Martelo da Meia-Noite” do Departamento de Defesa dos EUA (Departamento de Defesa)

Os ataques fizeram parte da “Operação Martelo da Meia-Noite” do Departamento de Defesa dos EUA (Departamento de Defesa)

O Poderio do “Bunker Buster” em Fordow

O momento crucial ocorreu às 18h40 (Horário do Leste), 2h10 no Irã. O primeiro B-2 na formação lançou duas bombas GBU-57 MOP (Massive Ordnance Penetrator), conhecidas como “bunker busters” (destruidoras de bunkers), sobre alvos específicos em Fordow, uma instalação profundamente enterrada.

Logo após, as aeronaves seguintes atingiram seus objetivos. No total, 14 dessas bombas gigantescas, cada uma pesando 13.600 quilogramas, foram lançadas contra duas áreas nucleares distintas. Os três complexos nucleares (Fordow, Natanz e Esfahan) foram atingidos dentro de uma janela de apenas 25 minutos, entre 18h40 e 19h05 (Horário do Leste), com os mísseis Tomahawk sendo os últimos a atingir Esfahan para manter a surpresa até o fim.

A Máquina de Guerra por Trás do Ataque

O chefe do Estado-Maior Conjunto da Força Aérea, general Dan Caine, discutiu os detalhes da missão do ataque dos EUA ao Irã

O chefe do Estado-Maior Conjunto da Força Aérea, general Dan Caine, discutiu os detalhes da missão do ataque dos EUA ao Irã

A Operação Midnight Hammer foi uma demonstração impressionante de logística e poderio militar integrado. Além dos bombardeiros B-2 e dos mísseis Tomahawk lançados do submarino, o General Caine detalhou o vasto aparato mobilizado:

  • Mais de 125 aeronaves dos EUA, incluindo múltiplos esquadrões de caças de última geração (quarta e quinta geração).

  • Dezenas de aviões-tanque para reabastecimento aéreo durante a longa missão.

  • Um submarino de mísseis guiados.

  • Uma frota completa de aeronaves de inteligência, vigilância e reconhecimento.

  • Centenas de profissionais de manutenção e operações em solo e no ar.

  • Um total de 75 armas de precisão guiadas utilizadas, incluindo as 14 bombas GBU-57 MOP e os mísseis Tomahawk.

O Pentágono afirmou que não tem conhecimento de qualquer tiro efetivamente disparado contra seu pacote de ataque durante a entrada ou saída do espaço aéreo iraniano, sugerindo que as táticas de decepção e supressão funcionaram conforme o planejado.

Enquanto os Estados Unidos celebram uma operação tecnicamente bem-sucedida e o Irã minimiza os danos e promete retaliação, o mundo observa as consequências deste confronto direto e de alta tecnologia.

As imagens dos bombardeiros “invisíveis” capturadas por cidadãos comuns permanecem como um contraponto curioso às afirmações de sigilo absoluto, adicionando uma camada de realidade inesperada à narrativa de uma operação militar de ponta.

Esse Pentágono divulga detalhes por trás do ataque “secreto” ao Irã e como bombardeiros viajaram “sem que o mundo soubesse” foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.

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