
Por Lais Garcia
Afinal, a grande questão é: estamos preparados para liderar com responsabilidade? Em um mundo cada vez mais marcado por desafios ambientais, sociais e de governança, essa pergunta se torna ainda mais urgente para os gestores públicos. A sigla ESG, que representa os pilares Ambiental, Social e Governança, está se tornando um ponto central nas discussões sobre o futuro das políticas públicas no Brasil e, especialmente, no Espírito Santo.
O conceito de ESG não é algo novo, mas sua relevância tem crescido de maneira exponencial nos últimos anos. Com o aumento da conscientização sobre as mudanças climáticas, as desigualdades sociais e a necessidade de uma governança mais transparente, o ESG passou a ser visto como um caminho essencial para a construção de um futuro mais justo e sustentável. Hoje, tanto no setor privado quanto no público, a adoção desses princípios se tornou uma exigência não só de investidores e consumidores, mas também da própria sociedade, que cobra por um modelo de gestão mais ético e responsável.
A incorporação dos conceitos ESG na gestão pública

No Espírito Santo, a necessidade de incorporar práticas ESG no setor público é clara. Governos estaduais e municipais têm o poder de implementar políticas que beneficiem a população e ao mesmo tempo preservem o meio ambiente para as futuras gerações. Adotar uma gestão baseada em ESG não é apenas uma questão de acompanhar tendências globais, mas de garantir que o governo esteja alinhado com as expectativas da população, que busca instituições mais transparentes, eficientes e comprometidas com o bem-estar social e ambiental.
No entanto, a implementação de práticas ESG no setor público enfrenta desafios consideráveis. A resistência à mudança, a falta de capacitação adequada e as dificuldades estruturais são obstáculos que precisam ser superados. A cultura institucional, que muitas vezes ainda privilegia a gestão tradicional, precisa ser desafiada para que a sustentabilidade se torne parte integrante da governança pública. É nesse contexto que a capacitação dos gestores públicos se torna um passo essencial.
A Escola de Governo do Espírito Santo, em parceria com a Secretaria Estadual de Controle e Transparência, se apresenta como uma iniciativa dentro do Governo do Estado fundamental nesse processo de transformação. O curso de ESG para a alta gestão pública visa capacitar secretários de Estado, dirigentes de autarquias e outros líderes para a implementação de práticas sustentáveis e responsáveis em suas áreas de atuação. O curso, que abrange os três pilares do ESG — Ambiental, Social e Governança —, busca oferecer aos gestores ferramentas práticas e conhecimento estratégico para a adoção desses princípios no dia a dia da administração pública.
Mais que uma tendência, uma necessidade

Os impactos dessa formação serão profundos. Ao preparar a alta gestão para lidar com as questões ambientais, sociais e de governança, o Espírito Santo terá a oportunidade de se posicionar como referência em gestão pública responsável. Além disso, a adoção de práticas ESG trará benefícios diretos para a população, com políticas públicas mais inclusivas, eficientes e sustentáveis.
A implementação de práticas ESG no setor público é uma oportunidade única para transformar a gestão estadual e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. O Espírito Santo, como parte de um movimento crescente por mais transparência e responsabilidade, pode se tornar um modelo de inovação e comprometimento com o futuro.
O momento de agir é agora. A grande questão, como já foi mencionada, é se estamos prontos para liderar com responsabilidade. A resposta a essa pergunta começa com a capacitação e o compromisso dos gestores públicos, que devem assumir a responsabilidade de construir um governo mais sustentável e ético. O ESG é mais do que uma tendência, é uma necessidade urgente, e o Espírito Santo não pode perder a oportunidade de estar à frente desse movimento.
Lais Garcia é porta-voz da Rede Sustentabilidade