Alunos de projeto social no ES ganham medalhas no Brasileiro de Jiu-jitsu

Foto: Divulgação/Crescer BJJ

Alunos do projeto social Crescer Brazilian Jiu-Jitsu (BJJ) conquistaram três medalhas no Campeonato Brasileiro de Jiu-jitsu, o maior evento do esporte no Brasil. O projeto, que fica no Centro Comunitário de Jardim Asteca, atende crianças em vulnerabilidade social em Vila Velha.

Sete alunos do projeto participaram da competição, que aconteceu entre 13 e 15 de junho em São Paulo e recebeu atletas de mais de 20 países. Miguel Henrique Franco, de 6 anos, conquistou uma prata, enquanto Carlos Eduardo Franco Júnior, de 10 anos, e Anna Júlia Miranda, de 12 anos, venceram um bronze cada.

Mas os desafios começaram antes mesmo do campeonato. Devido ao custo para participar, o projeto social organizou rifas, recebeu doações da comunidade e se organizou desde janeiro para custear a participação dos alunos. Além de competições, o Crescer BJJ também ajuda a adquirir kimonos e equipamentos para os alunos.

Segundo o professor do Crescer BJJ, Magno Fernandes, a conquista dos alunos rendeu elogios de outras academias, que reconheceram o bom desempenho mesmo sem as melhores estruturas.

Projeto Crescer BJJ

O projeto foi criado há quatro anos pelo Magno para atrair crianças e adolescentes para o esporte.

“Criei o projeto para ocupar as crianças, tirá-las das ruas e fazê-las interagirem com outras crianças e famílias. Eu acompanho, procuro saber como estão na escola e em casa. O projeto tem melhorado muito a vida delas”, explica Magno.

Segundo o professor, o nome reflete a ideia central do projeto, que é fazer os jovens crescerem e desenvolverem como atletas e como pessoas. Magno busca tratar todos os alunos da mesma forma, independente das condições. Para ele, dentro do tatame, todos são iguais e têm o mesmo objetivo: crescer.

“Se todo projeto abandonar a região de risco, o estado vira um caos. Os projetos salvam muita gente e o governo e as prefeituras deveriam abraçar”, destacou Magno.

Jiu-jitsu praticado em família

Atualmente, 40 alunos participam do Crescer BJJ. O projeto também presa pela inclusão, sendo 20 desses alunos autistas. Além disso, 10 dos participantes são adultos responsáveis por algum aluno e que resolveram praticar o esporte junto com a criança.

“Eles compartilham o interesse com a criança e isso faz com que o interesse aumente. Muitas vezes, eles as crianças ficam só no celular, mas ter um interesse em comum ajuda a interagir e melhora a relação com a família”, destaca Magno.

Um desses casos é o de Carlos Eduardo Franco, pai dos medalhistas Carlos Eduardo Júnior e Miguel Henrique. O empresário sempre praticou judô e tinha vontade de colocar os filhos para aprenderem o esporte. Ele e a família se mudaram de São Paulo e descobriram o projeto há dois anos.

Ele conta que os meninos se interessaram pelo Jiu-jitsu, principalmente o mais novo. Depois, o pai também resolveu praticar para aumentar ainda mais o interesse dos filhos.

“Não tem comparação, quando a gente tem os filhos junto é uma dimensão muito maior. Estou adorando ver os meus filhos competindo e aprendendo”, disse

Atualmente, Carlos Eduardo e Miguel Henrique estão no top-5 do ranking de Jiu-jitsu capixaba na categoria deles, sendo que o mais novo esteve no topo no ano passado. Eles começaram a competir em 2023 e já participaram em mais de 40 torneios. Porém, para o pai, mais importante que o esporte é o desenvolvimento como pessoas.

“São competidores natos, tomaram gosto pelo esporte. Mas medalha é o que menos importa. Eles adquirem caráter dentro do esporte e se tornam pessoas de credibilidade. O projeto social faz total diferença e ajuda eles a conhecerem diferente realidades”, afirma Carlos Eduardo.

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