Violinista faz apresentação para amigo internado em hospital de Vitória

Reprodução/Sesa

O Hospital Estadual Central (HEC), em Vitória, foi palco de uma apresentação musical especial, com acordes de música clássica, o som do violino tomou conta dos corredores da ala hospitalar.

A responsável por levar música ao local foi a violinista Érica Moreira, que esteve no hospital para visitar um amigo de longa data, um músico, de 47 anos, internado em coma desde o dia 12 de junho na unidade, após um acidente vascular cerebral (AVC).

A musicista, que divide pelo paciente muito mais do que amor pelos acordes, como histórias de vida, foi ao local após um pedido feito pela família dele ao Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) do hospital.

Érica entrou na UTI já tocando o instrumento, e a emoção foi tanta, que em alguns momentos ela chegou a tremer. Segundo ela, apesar da dificuldade de ver o amigo em coma, a apresentação foi uma forma de homenageá-lo com o que mais ama: música.

Eu sei do amor que ele tinha pelo que fazia. Do amor que ele tinha em sair de casa pra ir tocar com a gente. Então, foi muito especial esse momento. Muito especial.

Violinista e paciente são parceiros de apresentação

Érica e o paciente são companheiros musicais de longa data, se apresentando em cerimônias e igrejas há vários anos. No último sábado (21), ela se apresentou sozinha em um casamento pela primeira vez.

De acordo com a musicista, a música escolhida para a entrada da noiva foi a mesma que ela e o amigo costumavam tocar juntos, o que deixou a cerimônia ainda mais emocionante.

“Toquei o tempo todo chorando. Era nosso momento. E senti muita falta”, contou.

Amiga e cuidadora

Quem acompanhou a homenagem foi a coordenadora de enfermagem da unidade de AVC do hospital, Juliana Falcão, que também faz parte do projeto que levou Érica para se apresentar no local.

Ela relatou que a apresentação se tornou ainda mais especial por conhecer pessoalmente o paciente.

“Eu acompanhei este momento por acreditar no poder que a música exerce em nosso corpo e que o paciente é instrumentista do grupo no qual eu também faço parte como coralista, e que o paciente não media esforço para tocar nos eventos da igreja”, disse.

A supervisora da equipe multidisciplinar do HEC e presidente do GTH, Kássia Santos Firme, destaca que ações como essa fazem parte de um cuidado integral, que considera também o afeto e os vínculos emocionais.

“Momentos assim são importantes tanto para o paciente quanto para a rede de apoio”, explicou.

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