O Parlamento do Irã aprovou nesta quarta-feira (25) a suspensão da cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em resposta ao que chamou de omissão do órgão diante dos ataques de Israel e dos Estados Unidos contra instalações nucleares do país. A decisão foi tomada após 12 dias de guerra, encerrada com um cessar-fogo anunciado na última segunda-feira (23) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“A AIEA, que se recusou inclusive a condenar minimamente o ataque às instalações nucleares do Irã, colocou em jogo sua credibilidade internacional”, afirmou o presidente do Parlamento, Mohammad Bagher Ghalibaf. Segundo ele, a cooperação será suspensa até que haja garantias de segurança para as instalações iranianas.
Israel utilizou um relatório da AIEA para justificar a agressão ao Irã, afirmando que Teerã representaria uma ameaça iminente ao país, afirmação logo rechaçada pela própria agência. Especialistas dizem que o programa nuclear iraniano estaria longe de ser capaz de produzir armas atômicas.
A medida que prevê a suspensão da cooperação com a AIEA ainda depende da aprovação do Conselho de Guardiões, órgão responsável por revisar a legislação no país. Dos 290 membros do Parlamento, 221 votaram a favor, um se absteve e nenhum se posicionou contra a proposta.
Desde o início dos ataques israelenses, em 13 de junho, o governo iraniano criticava a postura da AIEA. No dia 22, os Estados Unidos aderiram aos ataques, bombardeando os complexos nucleares de Natanz, Fordow e Isfahan.
Em entrevista à emissora Al Mayadeen, o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Saeed Khatibzadeh, anunciou que o país apresentará uma queixa formal contra os EUA na ONU e exigirá reparações pelos danos.
Trégua no conflito
Na esteira da trégua no conflito, ambos os governos se autoproclamaram vencedores. Enquanto o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu celebrou uma “vitória histórica” e prometeu impedir qualquer tentativa de reconstrução do programa nuclear iraniano, autoridades de Teerã reafirmaram seus direitos a desenvolver um programa nuclear civil e pacífico.
O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, também afirmou estar disposto a negociar com os Estados Unidos, enquanto o Exército israelense declarou que entra agora em um “novo capítulo” da campanha contra Teerã, reforçando o clima de incerteza, apesar da pausa nos combates.
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