Pesquisa do Instituto Datafolha mostrou que o sentimento de vergonha em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF) alcança atualmente uma fatia de 58% da população, enquanto 30% afirmam ter orgulho da Corte e outros 11% não sabem avaliar a instituição. Publicado no sábado (28), o levantamento também destaca a diferença na avaliação do Supremo entre eleitores do PL de Bolsonaro e do PT de Lula: no primeiro grupo, o percentual de vergonha diante do STF é de 91% e apenas 5% se consideram orgulhosos dos magistrados; no segundo, 36% dizem ter vergonha da Corte, enquanto 53% se dizem orgulhosos do trabalho da instituição.
Entre aqueles que declararam voto em Bolsonaro na última eleição, o índice de vergonha em relação ao tribunal chega a 82% e só 12% se declaram orgulhosos. Já entre os eleitores de Lula, 52% manifestam orgulho dos ministros e 36% dizem ter vergonha.
O estudo também identificou que a avaliação dos membros do STF é mais positiva entre brasileiros que avaliam a atual gestão federal como ótima ou boa, segmento no qual 57% dizem ter orgulho da Corte. Para os entrevistados que consideram o governo Lula como ruim ou péssimo, o percentual cai para 10%.
As pautas que giram em torno do STF ganharam destaque, nos últimos anos, especialmente no quesito da crise institucional alimentada pelo governo Bolsonaro (2019-2022) com ministros da Corte e no âmbito dos processos judiciais que miram o ex-capitão e seus apoiadores em diferentes frentes, como é o caso da invasão aos prédios dos três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. Segundo balanço oficial do Supremo, a intentona golpista, por exemplo, resultou, até janeiro de 2025, na responsabilização de 898 envolvidos. A pauta do 8 de janeiro ampliou a exposição midiática da Corte e tem sido o principal assunto que envolve o STF no quesito da polarização entre bolsonaristas e lulistas.
Congresso, governo e Forças Armadas
A pesquisa Datafolha também mensurou o índice de vergonha entre os brasileiros no que se refere à figura do presidente Lula, dos atuais deputados federais e de senadores. A taxa observada foi de 56%, 58% e 59%, respectivamente, o que demonstra um índice de rejeição situado no mesmo patamar para os três estratos de análise.
O estudo verificou ainda a percepção dos brasileiros sobre as Forças Armadas, o que levou ao seguinte resultado: 55% dos entrevistados sentem mais orgulho do que vergonha dos militares, enquanto 36% demonstram o oposto. Outros 9% não souberam responder a questão. Os pesquisadores também observaram que a avaliação das instituições militares se situa dentro da margem de erro do levantamento quando são comparados os apoiadores de Lula e Bolsonaro: no primeiro segmento, 52% afirmam sentir orgulho das Forças Armadas, enquanto no segundo o índice é de 54%.
O instituto ouviu um total de 2.004 pessoas em 136 cidades, no período entre 10 e 11 de junho. O levantamento tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
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