Uma onda de indignação tomou conta das redes sociais nos últimos dias após a decisão da Câmara e do Senado de derrubar os decretos do presidente Lula que aumentavam as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), tributo que incide principalmente sobre aplicações financeiras e empréstimos. Com isso, cerca de R$ 10 bilhões deixaram de ir para os cofres públicos – dinheiro que seria utilizado em políticas sociais.
Internautas em todo o Brasil reagiram com a hashtag #CongressoInimigoDoPovo, que se tornou uma das mais comentadas no país. Segundo dados divulgados pelo site ICL Notícias, o termo ganhou tração após perfis ligados ao PT e à base do governo iniciarem mobilização no X (antigo Twitter), Instagram e Facebook. Um dos principais nomes a impulsionar o debate foi a deputada Erika Hilton (PSOL-SP). No auge, a tag ultrapassou 260 mil menções e 1,4 milhão de interações.
Usuários das redes sociais da Paraíba também criticaram a condução do congresso: “O Congresso virou sindicato dos milionários”, escreveu o usuário @jairopessoaconselheiro. Já @george_mangueira denunciou: “Deputado a serviço dos bilionários, não quer que os RICOS paguem impostos”.
Diversos usuários direcionaram indignação com foco nos parlamentares paraibanos. @Walcluzecavalcanti comentou: “Ele [Motta] quer passar para os paraibanos que faz tudo por nós, mas vota contra tudo que for para nos beneficiar”. Outros foram ainda mais incisivos, como @gentilpintoda, que disparou: “Parlamentar cujo primeiro nome é patente militar ou pastor pode anotar que é um para lamentar!”. Já @ale.histor ironizou o apoio popular ao deputado Cabo Gilberto: “Esse é o cabo que mais sustenta rico no Brasil […] eu fico sem entender como um sujeito que tem a mesma renda que a minha vota nesse cara”.
Como votaram os deputados paraibanos
Dos 12 deputados federais da Paraíba, 10 votaram pela derrubada dos decretos do presidente Lula que aumentavam as alíquotas do IOF. Apenas um parlamentar se posicionou contra a medida: o deputado Luiz Couto (PT). Já o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não votou, pois estava conduzindo a sessão no plenário. Veja quem votou a favor:
- Aguinaldo Ribeiro (PP)
- Cabo Gilberto Silva (PL)
- Damião Feliciano (União Brasil)
- Gervásio Maia (PSB)
- Mersinho Lucena (PP)
- Murilo Galdino (Republicanos)
- Ruy Carneiro (Podemos)
- Romero Rodrigues (Podemos)
- Wellington Roberto (PL)
- Wilson Santiago (Republicanos)
A sessão aconteceu em 25 de junho e teve placar geral de 383 votos a favor da derrubada e 98 contra, validando a decisão na Câmara e encaminhando o texto para o Senado
Em uma votação anterior, realizada em 16 de junho, a Câmara havia aprovado um requerimento de urgência com 346 votos a favor e 97 contra, facilitando essa votação direta em plenário. Naquele momento, a maioria da bancada paraibana também havia apoiado – com as exceções de Gervásio Maia e Luiz Couto – enquanto outros (Mersinho, Murilo, Romero) se abstiveram.
Congresso favorece elites e é acusado de ‘votar contra o povo’
O estopim da crise foi a votação liderada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que pautou de última hora os decretos presidenciais — contrariando o Planalto, que defendia a taxação das camadas mais ricas da sociedade. A medida foi derrubada por 383 votos a 98, com apoio maciço da bancada conservadora e de partidos do centrão.
Além de Hugo Motta, outros deputados paraibanos também votaram contra o aumento do IOF, alinhando-se à elite econômica e contrariando interesses populares. Entre eles, destaca-se o Cabo Gilberto Silva (PL-PB), amplamente criticado nos comentários das redes por seus eleitores e usuários indignados.
Jantar com empresários acirra críticas: “Síndico dos milionários”
A situação ganhou novos contornos com a revelação de que Hugo Motta participou, nesta segunda (30), de um jantar na casa do ex-governador João Doria, em São Paulo, ao lado de 50 empresários. O evento foi lido por críticos como símbolo do distanciamento entre o Congresso e os interesses do povo.
Segundo o site do ICL Notícias, parlamentares aliados do governo estimam que a derrubada do IOF beneficiará diretamente o setor financeiro, em especial investidores e grandes empresários — muitos dos quais estavam representados no encontro com Motta.
Governo e movimentos reagem: ‘Hora de rachar a conta Brasil’
Em meio à pressão, o PT lançou nas redes uma peça publicitária reforçando a defesa de uma reforma tributária justa: “Quem tem mais, paga mais. Quem tem menos, paga menos.” O material chama a população a identificar quem está do lado do povo na disputa por justiça fiscal.
Especialistas apontam que, para enfrentar o déficit nas contas públicas, será inevitável cortar gastos — ou, como propõe o governo, taxar os que mais lucram com juros e especulação financeira. Mas o Congresso, ao que tudo indica, optou por proteger os privilegiados.
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