Pescadores, marisqueiras e pesquisadores se reúnem em evento nesta sexta (4) para fortalecer a criação de uma reserva extrativista no rio Paraíba

Com o objetivo de debater o tema “Meio ambiente, trabalho, renda e pescado na mesa”, marisqueiras, pescadores, representantes do poder público e pesquisadores se reúnem nesta sexta-feira (4) para realizar o 1º Seminário de Reservas da Pesca no Estuário do Rio Paraíba, no auditório do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), Campus Cabedelo, das 8h às 17h.

Aberto ao público geral, o evento tem o objetivo de fortalecer a criação de uma Reserva Extrativista (Resex) da pesca no estuário do rio Paraíba. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, as Resex visam proteger os meios de vida e a cultura das populações locais, garantindo o uso sustentável dos recursos naturais.

Os municípios paraibanos de Lucena, Santa Rita, Bayeux, João Pessoa e Cabedelo que circundam o estuário. O professor do IFPB e ambientalista Rogério Bezerra enfatiza que o rio Paraíba enfrenta diversos problemas advindos do avanço das atividades humanos sobre o seu estuário.

“A ameaça é grave e real, a pesca artesanal pode desaparecer do rio Paraíba e isso expõe as comunidades que sobrevivem do rio à situação de destruição de sua forma de vida e a insegurança alimentar. Bom lembrar que grande parte do pescado que chega na mesa das pessoas, tem origem na pesca artesanal, além da diversidade cultural que as atividades de pesca e coleta representam na sociedade”, comenta Bezerra, que também é um dos organizadores do evento, junto ao professor Maurício Zorro.

Sebastião Felintro, secretário da Associação dos Pescadores e Marisqueiras do Renascer 3, bairro de Cabedelo (PB), fala sobre a necessidade da criação da Resex: “É muito importante a criação de uma Resex pela importância de proteção dos meios de vida e da cultura de populações tradicionais além de garantir o uso sustentável dos recursos naturais e conciliar a conservação ambiental com o desenvolvimento socioeconômico. Como o impacto é positivo,  com a proteção de áreas de pesca, a garantia do acesso aos recursos naturais e a promoção do uso sustentável, evitando a sobrepesca e a degradação ambiental”.

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“Os problemas enfrentados por nós pescadores e marisqueiras, são os espaços reduzidos cada vez mais por porto de lanchas e catamarã e condomínios privados”, acrescenta Felintro.

Processo de marescagem realizado por Rosilene Mariano, no rio Paraíba. Registro de 2023 – Reprodução/@apmar.renascer3

Estuário do rio Paraíba

Segundo a apresentação da divulgação do evento, “o estuário do rio Paraíba é um ambiente de rara harmonia, onde as águas doces do rio se encontram com o mar, criando um ecossistema vital para a vida aquática e para as comunidades que dele dependem. Esse santuário natural que é berçário de peixes, moluscos e aves, também gera fonte de sustento para pescadores e marisqueiras, que, há gerações, garantem o pescado que chega à mesa das famílias paraibanas.”

A nota também frisa que o equilíbrio do estuário do rio Paraíba está ameaçado. “Sem ações urgentes, o estuário do rio Paraíba pode sofrer danos irreversíveis, afetando quem depende dele para viver e trabalhar. É preciso unir forças para combater a poluição, proteger os manguezais e promover práticas sustentáveis que garantam a continuidade da pesca artesanal – atividade que não só preserva a cultura local, mas também alimenta milhares de pessoas”, enfatiza a nota.

Próximos passos

De acordo com Bezerra, o território da pesca dos pescadores e marisqueiras é “descontínuo e multifuncional”. “Estamos realizando o levantamento das áreas prioritárias de uso dos pescadores e marisqueiras, isso envolve áreas para atracar, zonas de pesca, áreas de coleta de mariscos, caranguejos e outros, os locais de moradia e comercialização”, conta o professor.

O mapeamento das áreas que farão parte da Resex está sendo feito com o auxílio dos pescadores e marisqueiras. “As áreas apontadas devem ser protegidas e devem ser estabelecidas políticas de apoio e planos de manejo que garantam o acesso e a posse dessas áreas às marisqueiras e aos pescadores. O manejo correto deve permitir a recuperação ambiental e o aumento da produção. O que depende, é claro, de medidas de recuperação e despoluição de todo o rio Paraíba, que se encontra bastante degradado”, salienta Bezerra.

Como próximos passos, uma comissão será formada e um calendário de ações vai ser construído, a fim de dar continuidade à criação da Resex no estuário do rio Paraíba.

Serviço

1º Seminário de Reservas da Pesca no Estuário do Rio Paraíba

Data: 4 de julho de 2025

Local: auditório do IFPB, Campus Cabedelo, localizado na rua Santa Rita de Cássia, 1900, Jardim Camboinha, Cabedelo (PB)

Horário: das 8h às 17h

Evento gratuito

Link de inscrição: aqui ou presencialmente no dia do evento

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