
Nove dias após menino morrer atropelado por trator enquanto dormia, vereadores da Câmara Municipal de Teresina fizeram uma visita ao local. Vereadores visitam o Lixão onde menino de 12 anos morreu semana passada
Nesta terça-feira (1º), nove dias após David Kauan, de 12 anos, morrer atropelado por um trator enquanto dormia no aterro sanitário de Teresina, vereadores da Câmara Municipal (CMT) fizeram uma visita ao local e constataram que há apenas seis vigilantes responsáveis pela segurança dos 50 hectares de área total do lugar.
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Segundo a Empresa Teresinense de Desenvolvimento Urbano (Eturb), uma empresa terceirizada opera a manutenção e vigilância do aterro. Questionada sobre a quantidade de profissionais serem suficientes, a Eturb afirmou que apesar dos esforços de segurança, algumas pessoas ainda conseguem acessar o local de forma clandestina (veja nota completa ao fim da reportagem).
“Até hoje a administração aqui do aterro não sabe por onde a criança entrou, teve acesso ao aterro sanitário. Isso mostra que outros acidentes, outras tragédias como essa, podem acontecer aqui. Se é 50 hectares, você tem que ter minimamente uma equipe que tenha condição de acompanhar, de fiscalizar e até coibir essas entradas irregulares aqui no lixão, porque senão, novas tragédias, como a que aconteceu com David, vão acontecer novamente”, afirmou Enzo Samuel (PDT), presidente da CMT.
No local, em maio de 2019, o catador de lixo Antônio Ferreira da Silva também morreu após ser atingido por uma escavadeira. Em nota, na época, a Prefeitura de Teresina lamentou o acidente.
A catadora Francisca Maria, amiga da vítima, estava na hora do acidente e denunciou que o motorista da escavadeira tentou ocultar o corpo após o acidente, mas foi impedido por outro catador. Antônio Ferreira tinha 42 anos e morava no bairro Santo Antônio, Zona Sul da capital, vizinho ao aterro. Ele deixou um filho e um neto, além da companheira.
“Houve omissão do poder público, houve omissão de quem trabalha aqui e nós não podemos naturalizar essa falta de fiscalização, essa falta de controle de acesso e saída no aterro sanitário. Aqui entrou foi uma criança, nós temos a questão de os catadores de lixo também. Então a gente precisa mudar essa política de entrada e saída aqui no aterro”, destacou Enzo.
Durante a visita dos vereadores na manhã desta terça-feira (1), o presidente da CMT disse ainda que a administração e manutenção do aterro sanitário será abordada na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Lixo, aprovada no dia 17 de junho.
Seis vigilantes são responsáveis pela segurança dos 50 hectares do lixão de Teresina; vereadores fazem inspeção
Fundação Velho Monge
Nota da Prefeitura
A Prefeitura Municipal de Teresina, por meio da , informa que o Aterro Sanitário da capital é operado por uma empresa terceirizada, responsável pela gestão do espaço e pela manutenção de vigilância armada nos turnos da manhã, tarde e noite.
Apesar dos esforços de segurança, algumas pessoas ainda conseguem acessar o local de forma clandestina, principalmente durante o período noturno.
Reiteramos que o Aterro Sanitário funciona com todas as licenças ambientais vigentes e sob fiscalização contínua da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMARH), seguindo os parâmetros legais e ambientais exigidos.
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