
Você já ouviu falar do “No Nut November”, um desafio onde pessoas evitam ejacular por um mês para testar autocontrole. Mas o que acontece se alguém decide parar definitivamente com a masturbação?
Pesquisas, como uma realizada pela empresa Womanizer em 2021, mostram que homens costumam se masturbar cerca de 140 vezes por ano, enquanto mulheres o fazem aproximadamente 53 vezes. Isso significa uma média de 2,6 vezes por semana para eles e uma vez por semana para elas. Abandonar completamente essa prática pode trazer uma mistura de efeitos no corpo e na mente, segundo especialistas em saúde.
A decisão de parar pode vir de diferentes motivações. Madison Prewett, conhecida por participar do reality show “The Bachelor” em 2020, compartilhou publicamente sua experiência de uma década sem masturbação ou consumo de conteúdo adulto.
Ela relatou em seu podcast “Stay True” que, durante anos, sentiu-se presa pela vergonha, escondendo suas dificuldades. Madison atribui sua mudança ao suporte de uma comunidade religiosa e ao fortalecimento de suas crenças espirituais, descrevendo a prática anterior como algo que a incomodava profundamente desde a adolescência.
Mas, independente da razão, quais são as mudanças concretas que especialistas observam quando a masturbação é interrompida permanentemente? Canais populares de saúde e psicologia, como o Psych2Go, analisam os impactos em várias áreas:
Mudanças no Corpo
As primeiras alterações costumam ser físicas. Para as mulheres, a ausência de masturbação e orgasmo pode levar a um aumento na tensão pélvica. Isso acontece porque a atividade sexual regular aumenta o fluxo sanguíneo na região pélvica, contribuindo para o relaxamento muscular.
Essa tensão geralmente não é grave e pode ser aliviada com exercícios suaves ou outras técnicas de relaxamento. Já os homens podem enfrentar um efeito corporal diferente: as chamadas poluções noturnas, ou ejaculações involuntárias durante o sono. Estudos publicados no Journal of Sexual Medicine indicam que períodos prolongados sem ejaculação aumentam a probabilidade desses eventos, uma forma natural do corpo se regular.
Impacto no Cérebro e nas Emoções
A masturbação e o orgasmo liberam dopamina, um neurotransmissor ligado ao prazer e à recompensa. Parar de se masturbar causa uma mudança nesse equilíbrio químico. Curiosamente, uma abstinência curta (cerca de uma semana) pode gerar um aumento temporário nos níveis de testosterona em homens, o que está associado a um leve aumento na energia e na confiança.
No entanto, períodos muito longos sem qualquer tipo de liberação sexual podem levar ao efeito oposto: aumento do estresse, irritabilidade e uma sensação mais intensa de excitação sexual reprimida. O estado emocional pode ficar mais flutuante.
Influência nos Relacionamentos Amorosos
Aqui os efeitos são bastante variados. Algumas pessoas relatam que abandonar a masturbação faz com que direcionem mais energia para seus parceiros ou para a busca por um relacionamento. Elas descrevem que a intimidade física e emocional durante o sexo com outra pessoa se torna mais intensa e significativa, com uma possível sensação de maior atração.
Por outro lado, pesquisas revisadas em publicações como a Sexual Medicine Reviews apresentam um argumento diferente. Elas sugerem que a prática regular da masturbação ajuda no autoconhecimento do próprio corpo, reduz a ansiedade de desempenho sexual e pode levar a relações mais satisfatórias com um parceiro. A interrupção total, portanto, pode dificultar essa confiança sexual para alguns indivíduos.
Foco, Motivação e o Dilema da Vontade
Defensores de movimentos como o “NoFap” (que prega a abstinência da masturbação e do pornô) frequentemente afirmam que parar aumenta drasticamente a concentração, a motivação e a força de vontade. Contudo, a ciência apresenta resultados contraditórios. Alguns estudos observam melhoras modestas na capacidade de foco após um período de abstinência.
Outros, no entanto, mostram que tentar suprimir ativamente pensamentos e impulsos sexuais pode ter o efeito inverso, tornando esses pensamentos mais persistentes e intrusivos. Desenvolver autocontrole é uma habilidade valiosa, mas não necessariamente depende da eliminação completa do prazer sexual pessoal.
Transformações na Percepção da Sexualidade
Abandonar a masturbação pode alterar fundamentalmente como uma pessoa vê e sente a sexualidade. Para alguns, como no caso de Madison Prewett, isso gera uma sensação de maior controle sobre os próprios desejos e uma nova perspectiva sobre o que é a intimidade.
Pesquisas do Journal of Sex Research indicam que longos períodos sem masturbação podem fazer com que certas pessoas valorizem mais as conexões emocionais dentro de uma relação sexual.
Para outras, porém, a abstinência pode levar a sentimentos de frustração, culpa (especialmente se a decisão for baseada em pressões externas) ou mesmo a uma sensação de desconexão com uma parte importante de si mesmas, como se uma dimensão da sua identidade estivesse sendo silenciada.
O impacto de parar definitivamente a masturbação é complexo e altamente individual. Envolve uma interação entre biologia, psicologia, crenças pessoais e contexto social.
Enquanto algumas pessoas relatam benefícios significativos em termos de controle ou espiritualidade, outras podem enfrentar desafios físicos como tensão ou poluções noturnas, além de flutuações emocionais e possíveis efeitos contraditórios na confiança sexual e no foco. Não existe uma resposta única ou universal sobre se é “bom” ou “ruim” – os resultados dependem profundamente da pessoa, de suas motivações e de como seu corpo e mente reagem à mudança.
Esse 5 coisas que acontecem quando você para de se masturbar para sempre, enquanto homem revela abstinência de 10 anos foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.