Energia solar transforma rotina de haras em Aracruz e reduz conta de luz em até 80%

Com energia, solar, haras em Aracruz reduz em mais de 80% a conta de luz

O uso da energia solar segue em ritmo acelerado no Espírito Santo e vem conquistando espaço também nas áreas rurais. Um exemplo é o Haras SFA, em Aracruz, que investiu na instalação de painéis solares e já sente os resultados no bolso. A proprietária, Juliana Guzzo Lempe, conta que a decisão teve como foco a redução de custos, o ganho de autonomia energética e o compromisso com práticas sustentáveis.

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Propriedade rural passou a gerar sua própria energia e ainda envia créditos para um apartamento na capital

A instalação foi feita há cerca de um ano e, desde então, a economia nas contas de luz tem sido significativa, tanto na propriedade rural quanto no apartamento onde Juliana mora, em Vitória. Isso porque o sistema adotado permite o chamado autoconsumo remoto, que possibilita usar os créditos gerados em um local para abater o consumo em outro imóvel.

“Antes, minha conta de luz aqui em casa, no verão, chegava a R$ 800 ou R$ 1.000. Agora não passa de R$ 150. E no Haras, que tinha faturas entre R$ 300 e R$ 500, hoje pago em torno de R$ 90. Foi um investimento que se paga muito rápido”, relata Juliana. O sistema foi instalado no telhado da sede do haras e custou cerca de R$ 25 mil.

Tecnologia a favor do produtor

O projeto foi desenvolvido pela empresa capixaba Be On Energia e implantado em apenas 21 dias, sem a necessidade de grandes obras. Com potência de 12 kWp e geração média mensal de 1.357 kWh, o sistema é automatizado e requer pouca manutenção.

“O que possibilita essa economia é o autoconsumo remoto. Funciona assim: o produtor instala um sistema solar na propriedade rural, e toda a energia gerada é usada no local. O excedente vai para a rede da distribuidora e vira crédito, que pode ser usado para abater o consumo de outros imóveis no mesmo CPF ou CNPJ, como um apartamento na cidade, por exemplo”, explica Caio Santos, gerente operacional da Be On Energia.

Segundo ele, todo o processo ocorre de forma automática. “Os medidores instalados nos imóveis são bidirecionais, ou seja, registram tanto a energia consumida quanto a energia injetada na rede. Isso permite um controle preciso da geração e do uso dos créditos, sem necessidade de intervenções manuais.”

Caio destaca ainda que o ambiente rural oferece vantagens extras. “As propriedades costumam ter bastante espaço disponível, seja em telhados ou em áreas de solo. Isso viabiliza a instalação de sistemas maiores, que atendem toda a demanda local e ainda geram créditos para outros imóveis. É uma solução eficiente e sustentável, especialmente para quem vive no campo”.

Com 5,5 alqueires, o Haras SFA atua na criação e hospedagem de cavalos. A propriedade abriga potros em fase de crescimento e animais de clientes que competem em modalidades como três tambores.

Juliana Guzzo Lempe, proprietária do Haras SFA

Para Juliana Guzzo Lempe, a energia solar vai além da economia. “É uma prática sustentável. Na zona rural, dependemos de energia até para puxar água de poço. O sistema me trouxe autonomia, economia e zero manutenção no dia a dia”.

“O bom é que não me dá trabalho nenhum. As placas estão lá, sem interferir na rotina da fazenda. A manutenção é mínima e a economia é enorme. É uma solução que eu recomendo muito, principalmente para quem está na área rural, onde o espaço é maior e o custo com energia pode ser alto”, completa a empresária.

Expansão acelerada no ES

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Espírito Santo registrou um crescimento de 85% no número de instalações de energia solar em apenas um ano. O estado saltou de 54 mil para mais de 100 mil unidades com painéis solares entre 2024 e 2025, ocupando atualmente a 14ª posição no ranking nacional.

Para a Be On Energia, o campo capixaba representa uma das maiores oportunidades de expansão. “A energia solar tem se tornado uma aliada estratégica do agronegócio. Com acesso a linhas de crédito como o Pronaf e o Pronamp, produtores conseguem financiar os sistemas com prazos e condições facilitadas. Isso permite reduzir custos operacionais, aumentar a margem de lucro e ainda reforçar o compromisso ambiental”, finaliza Caio Santos.

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