Impulsionada por um cenário operacional mais favorável e menor exposição às oscilações cambiais, a Klabin se consolidou como a principal recomendação entre os analistas do setor de papel e celulose. O Bradesco BBI revisou a recomendação para as ações da companhia de “neutra” para “compra”, elevando o preço-alvo de R$ 22 para R$ 25.
A justificativa é que, mesmo com queda de mais de 16% no ano e desempenho abaixo do Ibovespa, os papéis estão “subvalorizados e negligenciados”, criando uma boa oportunidade de entrada, segundo os analistas liderados por Rafael Barcellos.
O Itaú BBA também fez uma mudança significativa: substituiu as ações da Suzano pelas da Klabin como representante do setor na carteira recomendada. Para o banco, ambas devem ser destaque no segundo trimestre, mas a Klabin se sobressai em razão da desalavancagem esperada para o segundo semestre e da conclusão de projetos importantes entre 2023 e 2024.
“A empresa está em um momento de desalavancagem (que deve se intensificar no segundo semestre), com a execução dos projetos entregues ao longo de 2023 e 2024; e bem posicionada para capturar uma melhora na dinâmica macroeconômica do Brasil, em parte já refletida na recente apreciação do real frente ao dólar”, escreveram os analistas. A moeda americana acumula desvalorização de 12,08% frente ao real no primeiro semestre de 2025.
Segundo o BBI, cerca de 50% do Ebitda da Klabin vem do mercado interno, o que reduz a exposição às variações cambiais. O portfólio da empresa, com atuação em fluff, fibra curta e fibra longa, também contribui para suavizar os efeitos da pressão nos preços da celulose, especialmente na China.
No segundo trimestre, a dinâmica de preços foi impactada pela intensificação da guerra comercial entre China e Estados Unidos. Em maio, a celulose de fibra curta (BHKP) recuou mais de US$ 70 na China, aproximando-se dos US$ 500 por tonelada. Já a celulose de fibra longa (BSKP) está cotada a US$ 969 por tonelada, com o spread entre as duas em US$ 191, 41% acima da média dos últimos cinco anos.
A expectativa do mercado é de que os preços se mantenham estáveis no terceiro trimestre, com chances de recuperação ao final do ano, impulsionados pela demanda sazonal.
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