A transição energética deixou de ser apenas uma pauta ambiental para se tornar um tema estratégico no planejamento das empresas. No setor florestal, o movimento ganha força com iniciativas que combinam produtividade, segurança no fornecimento e responsabilidade ambiental. Para Elcio Trajano Jr., diretor de RH, Sustentabilidade e Comunicação da Eldorado Brasil Celulose, essa é uma oportunidade concreta de protagonismo: “Estamos diante de uma oportunidade concreta de liderar uma transformação capaz de unir produtividade, segurança no fornecimento e responsabilidade ambiental”.
Dados do ONS apontam que, em 2024, a demanda por energia no Brasil cresceu 7,5%, reflexo de um país em expansão. Ao mesmo tempo, acordos internacionais, como os firmados na COP29, destacam o papel das fontes renováveis na construção de um novo modelo global. A meta de triplicar a capacidade mundial até 2030 e os US$ 300 bilhões anuais prometidos por países desenvolvidos reforçam a urgência por soluções mais sustentáveis.
Na indústria de celulose e papel, o uso de biomassa e tecnologias de reaproveitamento de resíduos já aponta caminhos viáveis. A Eldorado Brasil, por exemplo, tem adotado uma matriz energética integrada ao seu modelo de gestão sustentável. A Usina Termelétrica Onça Pintada (UTOP), inaugurada em 2021, transforma troncos de eucalipto não aproveitados em energia elétrica. Em 2023, a unidade gerou 317 mil MW para o Sistema Interligado Nacional, volume suficiente para abastecer uma cidade com mais de 2 milhões de habitantes.

Outra iniciativa inovadora da companhia é a implantação da primeira mini-hidrelétrica do mundo que gera energia a partir de efluentes tratados. Segundo Elcio, “integrar diferentes fontes e otimizar cada insumo disponível faz parte da nossa visão sistêmica de futuro”.
Estudos da Brasil Biomassa indicam que o Brasil pode substituir até 50 TWh de combustíveis fósseis por bioeletricidade até 2035. Para isso, será necessário escalar investimentos, ampliar o uso de tecnologia e fomentar políticas públicas que tragam previsibilidade. Elcio reforça que a indústria florestal deve deixar de ser apenas consumidora e assumir o papel de fornecedora de energia renovável e competitiva.
Para o executivo, o tema precisa sair da retórica e ocupar o centro das decisões empresariais. “Encarar esse processo com seriedade e foco na sustentabilidade é fundamental para quem deseja ir além do acompanhamento do mercado e contribuir para sua evolução”, conclui.
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