O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brics é “um fiador do futuro promissor” e que cabe aos países emergentes “defender o regime multilateral de comércio e reformar a arquitetura financeira internacional” diante de um contexto em que há um “ressurgimento do protecionismo”.
A fala foi feita neste sábado (5), no Rio de Janeiro, durante a abertura do Fórum Empresarial do Brics. “Com o crescimento de países parceiros e convidados, consolidamos o grupo como um polo aglutinador de economias prósperas e dinâmica. Temos muito a aprender com a sinergia permanente entre países em desenvolvimento. Isso nos permitiu enfrentar juntos os efeitos da crise financeira de 2008 e a pandemia de covid-19”, declarou o presidente.
Lula também defendeu a criação de uma “governança multilateral” sobre inteligência artificial. Ele acredita que o desenvolvimento dessa tecnologia sem controle e regras claras pode trazer prejuízos para a sociedade.
“A inteligência artificial traz possibilidades que, há poucos anos, sequer imaginávamos. Na ausência de diretrizes claras coletivamente acordadas, modelos gerados apenas com base na experiência de grandes empresas de tecnologia vão se impor. Os riscos e efeitos colaterais da inteligência artificial demandam uma governança multilateral”, apontou.
No discurso, Lula ressaltou o potencial de todos os países do Brics em pautar “um novo modelo de desenvolvimento”. Ele citou o processo de descarbonização da economia e o avanço em áreas como agricultura e energia renovável. “Tenho a convicção de que cabe aos governos abrir portas e aos empresários fazer negócios”.
Por fim, o presidente mencionou que as guerras são obstáculos para o desenvolvimento e que não há espaço para prosperidade quando o mundo está em conflito.
“O vínculo entre paz e desenvolvimento é evidente. Não haverá prosperidade em um mundo conflagrado. O fim das guerras e dos conflitos que se acumulam é uma das responsabilidades de chefes de Estado e de governo”, concluiu o presidente.
Representantes dos países que formam o bloco vão se reunir, entre domingo (6) e segunda-feira(7), na Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro. O encontro deve colocar em evidência debates sobre economia dos países emergentes, combate à pobreza, tecnologia, meio ambiente e saúde.
Três chefes de Estado estarão ausentes: Vladimir Putin (Rússia), Xi Jinping (China) e Abdel Fattah al-Sisi (Egito). O Brics conta com 11 países-membros e 10 convidados.
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