
Enquanto parte dos estados brasileiros alterna entre promessas populistas e improvisações administrativas, o Espírito Santo trilha uma rota menos barulhenta, porém mais efetiva. Sem ruídos ideológicos ou teatralidades políticas, o estado construiu, nas últimas décadas, um modelo que valoriza previsibilidade, mérito e liberdade econômica. Seu desempenho não decorre de milagres nem de discursos inflamados, mas da prática silenciosa de um princípio essencial a qualquer sociedade livre: o Estado deve servir, não sufocar.
A trajetória capixaba oferece um contraste nítido com modelos intervencionistas ainda presentes em outras unidades da federação. Enquanto estados recorrem a pacotes fiscais instáveis, o Espírito Santo mantém, há mais de uma década, a nota A em capacidade de pagamento atribuída pelo Tesouro Nacional. Em 2023, investiu 20% da sua Receita Corrente Líquida em áreas estruturantes como infraestrutura, educação e segurança. Esse desempenho, longe de ser fruto de centralização ou controle excessivo, decorre de um ambiente institucional que favorece o protagonismo privado e a responsabilidade individual.
Modelo Capixaba e Colaboração
A base desse modelo está na articulação entre liberdade e disciplina. Programas como o “Espírito Santo em Ação” consolidaram um ecossistema de colaboração entre sociedade civil, empresários e governo, priorizando metas, transparência e continuidade. Não por acaso, instituições como o Instituto Líderes do Amanhã florescem nesse solo fértil, estimulando jovens a compreender o valor do mérito, da propriedade e da iniciativa individual como motores legítimos do desenvolvimento.
Nesse sentido, o Espírito Santo antecipa, na prática, os benefícios de um federalismo competitivo. Ao adotar uma postura de autonomia responsável, demonstra que estados podem, e devem, competir por eficiência, ambiente de negócios e qualidade de vida. A descentralização, quando acompanhada de responsabilidade fiscal e abertura institucional, revela-se um antídoto ao gigantismo estatal e uma via concreta para o crescimento sustentável.
A Visão de Friedrich Hayek e a Prática no Espírito Santo
Friedrich Hayek alertava: “a liberdade não apenas exige restrições ao poder político, mas depende da dispersão do poder econômico”. Em essência, defendia que a verdadeira liberdade floresce em contextos nos quais o poder, inclusive o econômico, não se concentra em uma única instância, especialmente no Estado. O Espírito Santo aplica esse princípio ao incentivar a livre iniciativa, oferecer segurança jurídica e conter interferências excessivas, permitindo que o crescimento surja da sociedade e não da imposição estatal. Com uma economia diversificada, contas em ordem e protagonismo social silencioso, o estado comprova que é possível liderar sem ruído, a partir da consistência, da visão e do respeito ao cidadão-contribuinte.
Aos que buscam caminhos para o futuro do Brasil, talvez seja tempo de olhar para o que já floresce ao lado. O Espírito Santo não pede atenção: conquista. E, sem alarde, reafirma que liderar, no século XXI, é mais sobre coerência do que sobre espetáculo.