
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que já contabiliza 222 mortes de cavalos, associadas ao consumo de ração fabricada pela empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda, ao redor do Brasil. A nota oficial foi divulgada nesta quinta-feira (03).
No Espírito Santo, a Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) informam que não receberam nenhuma notificação de casos semelhantes no Estado.
Segundo o Ministério da Agricultura, as primeiras denúncias foram realizadas por meio da Ouvidoria no dia 26 de maio de 2025.
Com isso, a Fiscalização Federal Agropecuária vem realizando investigações nos locais onde foram reportados casos de adoecimento ou morte de equinos. Já foram contabilizadas 222 mortes em: São Paulo (83), Rio de Janeiro (69), Alagoas (65), Goiás (4) e Minas Gerais (1).
O Mapa também investiga informações recebidas sobre outras 195 mortes em outros locais, como: 40 no sudoeste da Bahia; 70 em Goiânia (GO); 34 em Jarinu (SP); 10 em Santo Antônio do Pinhal (SP); 18 em Uberlândia (MG); 8 em Guaranésia (MG); 8 em Jequeri (MG); e 7 em Mariana (MG).
Também foi descrito que a apuração desses novos casos tem sido dificultada pela ausência de comunicação formal via Ouvidoria, que é o canal oficial para o registro das denúncias.
Outro fator que dificulta o trabalho de fiscalização é a natureza dos sintomas apresentados pelos animais, que podem surgir tardiamente após a interrupção do uso da ração. A evolução clínica dos equinos, marcada por insuficiência hepática seguida de piora repentina, tem tornado ainda mais complexa a estimativa precisa do número total de óbitos.
Desde a primeira denúncia, foram realizadas duas fiscalizações no único estabelecimento da Nutratta Nutrição Animal Ltda., responsável pela produção de rações para equinos e ruminantes. “Durante as inspeções, foram constatadas irregularidades que motivaram a suspensão cautelar da fabricação de todas as rações da empresa”, diz o Mapa.
O que diz a empresa
Em nota publicada no site oficial, a Nutratta lamentou as mortes e diz colaborar com as investigações. A empresa diz que concentra todos os esforços na apuração técnica
rigorosa dos fatos e reforçando os controles internos com o apoio de nosso corpo técnico especializado.
“É importante destacar que a Nutratta detém patente sobre a tecnologia de extrusão de fibras aplicada à nutrição animal, com resultados comprovadamente superiores à média do mercado. Essa tecnologia exclusiva reflete nosso compromisso com a inovação, qualidade e segurança nutricional”, diz a empresa.
A Nutratta afirmou que as linhas bovina e equina são desenvolvidas de forma independente. Além disso, ressalta que as medidas possíveis foram adotadas, com revisão de protocolos, suspensão preventiva de lotes e rastreabilidade completa da cadeia de suprimentos.
“As amostras das matérias-primas fornecidas por nossos parceiros também foram recolhidas pelo MAPA para análise. Acreditamos que, com base nas amostras sob responsabilidade dos laboratórios oficiais, será possível alcançar, em breve, uma conclusão clara e embasada”, diz o comunicado.