
A história de Jeffrey Dahmer, o infame serial killer de Milwaukee, é um capítulo profundamente perturbador na crônica do crime americano. Sua vida de horror, posteriormente dramatizada na série da Netflix “Monstro: A História de Jeffrey Dahmer”, terminou não pela mão da justiça executiva, mas de forma brutal e inesperada dentro dos muros da prisão onde cumpria suas múltiplas penas.
Dahmer foi condenado por 15 assassinatos cometidos entre 1978 e 1991, embora se suspeite que o número real possa chegar a 17 vítimas. Seu método era sinistro: atraía jovens homens, principalmente de comunidades marginalizadas, para seu apartamento com promessas de pagamento em troca de fotografias nuas.
Lá, drogava suas vítimas, as estrangulava até a morte e, num ritual de pura perversidade, mutilava seus corpos. Em vários casos, chegou a praticar atos de canibalismo. A natureza chocante de seus crimes lhe rendeu nada menos que 16 sentenças de prisão perpétua, assegurando que ele nunca mais respiraria ar livre.

Jeffrey Dahmer foi condenado pelo assassinato de 15 homens em 1992, sendo que se acredita que o total de vítimas tenha sido 17
Em 1994, Dahmer cumpria pena na Instituição Correcional de Columbia. Quase três anos após o início de sua sentença, sua presença já era uma fonte constante de tensão. Relatos de dentro do presídio pintam um quadro de um homem que, longe de demonstrar remorso, parecia alimentar sua própria lenda macabra.
Christopher Scarver, outro detento que também cumpria pena por homicídio qualificado (três condenações), descreveu ao The New York Post, anos depois, que Dahmer frequentemente se envolvia em discussões acaloradas com outros presos e até com funcionários da prisão. “Ele cruzava a linha com algumas pessoas”, afirmou Scarver, acrescentando que Dahmer não parecia arrependido, ao contrário de outros na mesma situação.
Roy Ratcliff, um ministro religioso que visitava Dahmer na prisão, revelou outro aspecto perturbador do comportamento do assassino. Ele contou que Dahmer cultivava um senso de humor mórbido, usando sua própria infâmia para intimidar e provocar, especialmente os guardas mais nervosos.
Se um agente penitenciário estivesse perto o suficiente para ouvir, Dahmer sussurrava: “Eu mordo”. A reação assustada do guarda, invariavelmente, provocava risadas nele. Era uma forma doentia de lidar com sua situação sem esperança e de reforçar a aura de terror que o cercava.
Scarver confessou que evitava Dahmer no pátio da prisão, justamente para não ter que lidar com esse humor perturbador. No entanto, em 28 de novembro de 1994, o destino dos dois homens colidiria de forma violenta e definitiva.
Naquele dia, Dahmer, Scarver e um terceiro detento, Jesse Anderson (condenado pelo assassinato de sua esposa), foram designados, sem algemas, para limpar os banheiros do ginásio da prisão. Sob a supervisão de agentes penitenciários, os três iniciaram a tarefa, mas em determinado momento ficaram sem vigilância direta.

Christopher Scarver espancou Dahmer até a morte em 1994, quase três anos após o serial killer começar a cumprir sua sentença (Instituição Correcional de Columbia)
Segundo o relato de Scarver, enquanto enchia um balde com água na área das raquetes de squash, sentiu algo espetar suas costas. Ao se virar, viu Dahmer e Anderson rindo baixinho.
Olhou diretamente para os olhos de ambos, mas não conseguiu identificar qual dos dois o havia cutucado. Esse incidente aparentemente trivial foi a gota d’água para Scarver, que já carregava consigo um profundo repúdio pelos crimes de Dahmer – tanto que mantinha um recorte de jornal detalhando os assassinatos, as mutilações e o canibalismo no bolso da sua roupa.
Tomado por uma fúria intensa, Scarver seguiu Dahmer até o vestiário dos funcionários. Lá, pegou uma barra de metal pesada, daquelas usadas na área de musculação. Conforme sua narrativa, confrontou Dahmer, mostrando-lhe o recorte de jornal e perguntando se ele realmente tinha cometido aqueles atos, expressando sua repulsa.
A reação de Dahmer foi de choque, seguida por uma tentativa imediata de fuga. Scarver bloqueou sua saída. O ataque foi rápido e brutal. “Ele acabou morto. Eu coloquei a cabeça dele para baixo”, resumiu Scarver de forma lacônica.
Mas o problema não estava resolvido. Jesse Anderson, a testemunha, ainda estava ali. Scarver relatou que Anderson parou por um instante, olhou em volta procurando por guardas – não havia nenhum – e, então, “praticamente a mesma coisa aconteceu”. Anderson também foi espancado até a morte com a mesma barra de metal.

Os crimes de Dahmer ainda chocam as pessoas mais de três décadas depois
No rescaldo da carnificina no ginásio, Christopher Scarver foi acusado do duplo homicídio. Ele optou por não contestar as acusações de assassinato (plea of no contest), efetivamente aceitando a condenação. No entanto, ele apresentou uma alegação perturbadora: afirmou que funcionários da prisão teriam “armado” a situação, desejando a morte de Dahmer e garantindo que os guardas estivessem convenientemente ausentes no momento exato do ataque.
“Eles tiveram algo a ver com o que aconteceu”, insistiu Scarver, apontando o súbito desaparecimento da supervisão como evidência. Seu destino permanece, até hoje, atrás das grades, enquanto o nome de Jeffrey Dahmer entrou para a história como um símbolo de horror, encontrando um fim tão violento quanto as vidas que ele próprio ceifou.
Esse Homem que matou o assassino perturbado Jeffrey Dahmer explica por que fez isso foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.