O diretório municipal do Partido dos Trabalhadores em Foz do Iguaçu, no extremo oeste do Paraná, será comandado pela vereadora e professora Valentina Rocha, de 28 anos. Ela foi eleita presidenta do PT local no último domingo (6), durante o Processo de Eleições Diretas (PED) do partido, que mobilizou 372 filiados na cidade, um dos maiores turnos de votação da história do diretório.
Valentina obteve 192 votos, superando o advogado Paulo Henrique (PH), que conquistou 141. Houve ainda 29 votos em branco e 12 nulos. A chapa encabeçada por Valentina, batizada de Novo Tempo, venceu também a disputa pela composição do diretório, com 129 votos. A posse da nova direção está prevista para agosto, com mandato até 2029.
Professora da rede municipal e eleita vereadora em 2024, Valentina é hoje a parlamentar mais jovem da Câmara Municipal de Foz. Sua eleição à presidência do partido representa, segundo ela mesma, uma ruptura com práticas antigas e o início de um novo ciclo político. “Minha eleição representa a transição geracional urgente e necessária no PT e na política em geral”, afirmou em entrevista ao Brasil de Fato Paraná.
“Essa vitória é um recado da militância local. O desejo de um novo tempo está vivo. O PT não terá dono, será conduzido por seu povo, suas bases e seus filiados”, disse.
Diálogo e respeito às diferenças
Valentina destacou que a campanha foi marcada pelo respeito às diferenças internas e que o objetivo agora é fortalecer a unidade do partido. “Agradeço a cada um dos 372 companheiros e companheiras que participaram.
Também parabenizo o companheiro PH pela disputa leal. Meu compromisso é seguir honrando a democracia interna, as diferentes correntes e a união dos companheiros como maior instrumento do partido.”
Ela também defendeu que o partido se reconecte com as pautas populares. “O PT aqui em Foz precisa voltar a olhar para o futuro com otimismo. Vamos construir metas coletivas para os próximos dez anos, reorganizando o partido a partir das periferias, dos movimentos sociais e dos sindicatos. Não se trata apenas de ocupar cargos, mas de recuperar o papel do partido como instrumento de transformação social.”
Resistência em território hostil
A eleição ocorre em um momento desafiador para a esquerda na cidade. Foz do Iguaçu é atualmente governada pelo general da reserva Joaquim Silva e Luna (PL), com base de apoio conservadora e forte presença da extrema direita nas redes sociais e nas estruturas locais de poder. A Câmara Municipal, hoje majoritariamente aliada ao governo, tem sido palco de enfrentamentos com a oposição.
Valentina, uma das vozes críticas à atual gestão, afirma que o partido deve fazer oposição firme, mas com responsabilidade. “Seguiremos trabalhando juntos rumo à reeleição do presidente Lula e enfrentando, na Câmara e no diretório, os desafios de uma cidade governada pela extrema direita. Foz é estratégica, e o PT precisa se posicionar com firmeza”, afirmou.
Questionada sobre os primeiros passos à frente da presidência, a vereadora reafirmou o compromisso com a construção coletiva. “Nosso partido precisa ser tão grande localmente quanto é nacionalmente. É com diálogo, base e compromisso popular que vamos reconstruir esse caminho”, finalizou.
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